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Olhando em frente

No ar na reprise de Verdades secretas, Natallia Rodrigues comemora a chegada dos 40 anos e vê a arte como ferramenta de empoderamento

por Vinicius Nader
postado em 31/10/2021 02:00
 (crédito: Marcos Duarte/ Divulgação)
(crédito: Marcos Duarte/ Divulgação)

A chegada dos 40 anos pode ser um baque para mulheres. Mas a nova fase também pode trazer força. "Chegar aos 40 tem sido maravilhoso e potente", afirma a atriz Natallia Rodrigues, a secretária Estela, de Verdades secretas.

"Hoje eu prezo mais pela qualidade do que pela quantidade, e a qualidade que venho me propondo na vida não troco por nenhuma idade que tenha passado. Aos 40 anos, a mulher fica mais resolvida, linda, segura e dona de si. Tenho achado bonita demais essa fase", afirma a atriz, em entrevista ao Correio.

Só uma coisa a idade ainda não trouxe: tranquilidade para se rever em cena. Natallia fez parte do elenco de Verdades secretas, novela de 2015 que está sendo reprisada na Globo, como a secretária Estela. As lembranças da época são as melhores, ao lado da "equipe querida" e de " talentosos colegas". Mas ficam no campo da recordação mesmo.

"Eu quase não vejo porque sempre acho que poderia ter feito algo diferente (risos). Aí fico me cobrando. Entendi no decorrer da vida que tudo é um aprendizado e o que foi feito, foi feito. Preciso olhar sempre em frente", justifica.

Três perguntas // Natallia Rodrigues

Você também participa do documentário Vozes sobre o Universo Feminino. Como a arte pode ser usada como instrumento político social na luta contra o machismo?

As mulheres foram silenciadas por muito tempo e hoje conseguimos nos posicionar e discutir sobre assuntos que nos envolvem diretamente. Isso é libertador! Agora conseguimos falar sobre feminicídio, relacionamentos abusivos, equidade salarial e tantos outros temas que nos consomem diariamente. Vivemos em uma sociedade patriarcal e é muito importante que sejamos firmes e precisas naquilo que defendemos. A arte é política e utilizá-la para trazer dados, contar histórias e dividir relatos é essencial. Seja qual for a manifestação artística, precisamos nos apoderar desse lugar, e é isso o que fazemos através do documentário.

Suas redes sociais são constantemente usadas como meio de posicionamento em relação ao governo e a temas mais polêmicos. Não teme perder seguidores, tendo em vista que o Brasil está bem polarizado nesse momento?

Eu me exponho como atriz e não tenho medo disso. Por que vou temer o que o outro vai achar de mim? Já perdi muitos seguidores devido às publicações que faço com teor político e não me importo. Eu agrado aqueles que possuem o mesmo pensamento que o meu e não me vejo obrigada a satisfazer ao desejo de todos. Sou mulher e ser mulher por si só já é um ato político e revolucionário. A minha voz é política, o meu corpo é político. Eu luto por uma sociedade melhor e continuarei publicando e me posicionando a respeito.

Um dos posts de maior polêmica foi o relacionado ao seu desejo de não ser mãe. Essa é uma das maiores cobranças da mulher atualmente? Como lidou com as reações negativas?

A sociedade impõe que a mulher só se torna preenchida como mulher quando tem um filho

e eu não acredito nisso e também não me torno menos mulher por não ser mãe. Sou feliz e completa assim. Se por acaso, amanhã eu quiser ter um filho e não puder gerar, adotarei feliz da vida. Os problemas e as questões são da sociedade e não minha, eu sou bem resolvida, satisfeita e feliz em relação às minhas escolhas.

 

 

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