Bichos

Cães na praia é diversão garantida, mas também exige cuidados

Se vai levar o animal de estimação para a praia durante as férias, é importante ficar atento a uma série de cuidados para preservar a saúde do amigo

Carolina Marcusse*
postado em 26/12/2021 08:00
Desde o nascimento, Otto frequenta a praia sob os olhares atentos da tutora -  (crédito: Arquivo pessoal)
Desde o nascimento, Otto frequenta a praia sob os olhares atentos da tutora - (crédito: Arquivo pessoal)

O período de recesso de fim de ano também é marcado pelas altas temperaturas na maior parte do país. E, como consequência, os destinos mais procurados são as praias. Mas, para aqueles que têm animais de estimação, podem surgir muitas dúvidas sobre as possibilidades e os cuidados com eles nesse ambiente.

As preocupações mais importantes que os tutores devem ter é com relação à temperatura e à hidratação. Como são animais que não possuem glândulas sudoríparas, a troca de calor com o ambiente ocorre somente por meio das vias respiratórias — por isso, observa-se os cães respirando constantemente pela boca, para equilibrar a temperatura corporal.

A veterinária Isabela Rios recomenda que sejam levados tapetes ou algum outro item de apoio para que o animal possa se deitar nele. Evita-se, assim, o contato direto do pet com a areia quente, o que, segundo a profissional, pode causar desde desconforto até queimaduras. É importante, ainda, sempre carregar água para que ele possa se hidratar. Atualmente, diversos pet shops comercializam bebedouros pensados para trazer praticidade aos passeios, mas o básico pote e uma garrafa de água gelada para abastecê-lo funciona bem.

Desde o nascimento, Otto, hoje com 4 anos, vive em Santa Catarina, com a tutora, Eduarda Aguiar. Por causa da proximidade com a praia, ela o levou diversas vezes para passear e brincar no local. E conta que Otto, por ser um cachorro com muita energia, gostava de correr bastante, além de interagir com outros cães e pessoas. No entanto, o cuidado nunca ficou esquecido em detrimento da diversão. Eduarda sempre esteve atenta se a vermifugação e o remédio antipulgas estavam em dia. Além disso, ficou de olho no animal durante os passeios, para ele não se afastar nem, eventualmente, comer algo que estivesse jogado na areia.

Vacinas e prevenção

Além da vermifugação, imprescindível para todos os animais, a vacina antirrábica precisa ser reforçada anualmente. A veterinária Tatiana Walcácer explica que a vacina deve ser aplicada antes da viagem, com pelo menos 30 dias de antecedência. Os remédios antipulgas também são eficazes contra os parasitas, mas é importante que o tutor coloque coleiras repelentes também, principalmente para prevenção contra doenças transmitidas por mosquitos. Como se trata de um ambiente litorâneo, é essencial que a coleira seja à prova d'água, para garantir que continuará tendo o efeito desejado.

A dirofilariose, também conhecida como verme do coração, é uma doença cujo vetor é um mosquito e se caracteriza pelo alojamento de um verme, na forma adulta, no coração do cão. Essa patologia é endêmica nas regiões litorâneas, apesar de não ser exclusiva delas. O tratamento é muito complicado, por isso, a recomendação veterinária é sempre tentar prevenir ao máximo a transmissão pelo mosquito. Hoje, há diversos meios de precaução contra a enfermidade, e uma consulta com um veterinário de confiança é essencial para recomendar o que é mais efetivo para o animal em questão.

Proteção solar

O sol forte pode causar uma série de problemas nos animais, mesmo naqueles que têm pelos por todo o corpo. Por isso, os filtros de radiação ultravioleta (UV) não são exclusividade dos humanos. Existem protetores disponíveis em lojas especializadas para cachorros, que podem ser aplicados de acordo com a necessidade, mas, principalmente, devem ser utilizados nas regiões mais expostas ao sol, como o nariz, a ponta da orelha e a região da barriga. O produto precisa ser aplicado em todo o corpo em alguns casos, sobretudo se o animal tiver pelo curto e pelagem mais clara.

A médica veterinária Tatiana Walcácer afirma que é preciso caprichar no protetor solar, assim como fazemos conosco. E, além do cuidado preventivo para evitar os problemas de pele, é importante evitar os horários entre 10h e 16h, quando a radiação solar tem mais potencial de gerar queimaduras e outros problemas no animal. Também é o período em que a areia e a calçada estão mais aquecidas, o que pode causar ressecamento nos coxins — as "almofadinhas" das patas. Nesse caso, Tatiana recomenda o uso de hidratantes específicos ao final do dia, mantendo o animal saudável.

Boa convivência

Os cuidados gerais na praia também são essenciais, como retirar os possíveis dejetos dos pets da areia, a fim de evitar contaminação dos outros frequentadores. Deve-se sempre ficar alerta para que o animal não consuma lixo ou restos de alimentos deixados no chão e, claro, manter o cão na coleira caso o movimento esteja intenso para evitar possíveis desentendimentos entre os cachorros e não incomodar aqueles que não se sentem confortáveis com a presença deles.

A lavagem e a secagem adequadas dos pelos é importante para retirar o sal e evitar possíveis dermatites e outros problemas de pele. É essencial checar se o local permite a presença dos caninos, pois em alguns estados brasileiros é proibida a entrada e pode render multas aos tutores. Cidades como Natal (RN) e Rio de Janeiro (RJ) aceitam a presença dos animais. Santos, no litoral de São Paulo, também permitirá a partir de 2022, como um projeto-piloto na cidade, com área delimitada de permanência e observação, para garantir a segurança de toda a população.

* Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

 

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