Especial

Como ter um 2022 mais positivo

Rituais e simpatias são alguns dos elementos mais usados na chegada de um novo ano. Mesmo quem não acredita em nada, disso pode apostar em algumas dicas para um ciclo melhor

por Ailim Cabral
postado em 02/01/2022 00:01
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

A virada de 2021 para 2022 teve um gostinho especial. A energia do recomeço veio com ainda mais força, e a perspectiva de dias melhores preenche até mesmo os corações mais receosos. A esperança, com o auxílio da terceira dose da vacina, permite novos planos, sonhos e inspira mudanças positivas.

Para começar com o pé direito, algumas simpatias e rituais de réveillon foram a escolha dos mais espiritualizados para a virada do ano. Banhos de ervas, limpezas energéticas e preces de proteção são algumas das práticas para garantir um 2022 mais auspicioso.

Mas e quanto aos mais céticos, que não acreditam em energias espirituais e, ainda assim, desejam um ano mais próspero? As crenças não devem limitar os sonhos e desejos de libertação. Pequenos hábitos, como ouvir uma música gostosa ao acordar, acompanhado de uma xícara de chá quentinho, podem mudar todo o seu o dia. E até seu ano.

Para a bióloga e terapeuta Carla Moreira Ramos, 42 anos, todo fim e início de ano são marcados pelo sentimento de renovação. "Ninguém quer virar o ano e ter a mesma vida de antes, por melhor que tenha sido. Todos procuram e esperam alguma mudança. Mas, para isso, é preciso abrir espaço para o novo", afirma.

Carla ressalta que, embora 2022 já tenha começado e os rituais de virada preparados e feitos, a mudança principal vem de dentro e precisa durar o ano inteiro para que realmente faça diferença. Fã de organização e de Marie Kondo (especialista na área), há quase uma década Carla inicia todo ano com uma limpeza geral na casa, nos armários e em todos os seus objetos. Para ela, é um ritual de desapego e preparação para novas vivências.

Para a bióloga, ao eliminar o que não usa mais em casa, incluindo objetos de cozinha e decoração, ela sente que se prepara para tirar de sua mente e seu coração o que não faz mais bem.  "É sobre eliminar tudo o que não faz sentido. Ao longo da vida, acumulamos itens que, com o tempo, deixam de fazer sentido, mas não queremos desapegar pelo que significou um dia. Ao mesmo tempo, queremos o novo, que só virá se abrirmos espaço", afirma.

Carla gosta de usar a técnica ensinada por Marie Kondo em seu livro e programa, avaliando que tipo de sentimento seus objetos trazem. Se não for alegria, é hora de doar ou jogar fora. Ao ritualizar o processo de organização da casa e dos armários, ela acredita que prepara também sua mente. "Fico mais leve, não fico entulhada, nem de coisas nem de sensações, sentimentos e hábitos que não combinam mais comigo ou que eu não quero continuar cultivando."

O processo é intuitivo e começa nos últimos meses do ano, perpetuando-se até janeiro. Limpar todos os sapatos, inclusive as solas, e passar as roupas que vai manter também ajudam a bióloga a se sentir preparada para novos desafios.

O simbolismo e a mente

Em seus estudos sobre a mente humana, Carla percebeu o quanto o simbolismo pode ser uma influência positiva para quem busca por mudanças. "Muitas vezes, queremos uma mudança em nós e não sabemos por onde começar. Fazer algo mais concreto, como renovar o guarda-roupa, acaba sendo o início de todo esse processo de organização da mente." Ela acredita que, percebendo ser capaz de organizar seu espaço físico, seu cérebro entende que você está apto também a organizar sua vida emocional e suas ideias e decisões. 

A psicóloga Fernanda Tochetto corrobora o hábito pessoal de Carla como uma técnica que pode ajudar a melhorar o emocional e o psicológico para o ano que começa. Além de se desvencilhar do que não faz bem, seja emocional, seja fisicamente, a profissional recomenda um esforço para deixar em sua vida o que faz bem. Sejam relacionamentos saudáveis, hábitos alimentares, atividades físicas, estudos ou mesmo hobbies, manter tudo que trouxe bem-estar e alegria é outro ponto importante nos recomeços.

A psicóloga ressalta a importância de seguir uma rotina e cumprir as metas a que se propõe. Isso traz uma sensação de dever cumprido e evita a frustração consigo mesmo. Vencer metas é um estímulo a continuar com as mudanças positivas, enquanto não cumpri-las aumenta a sensação de fracasso e insatisfação pessoal. "É importante, porém, investir em metas possíveis. Não adianta querer fazer muitas coisas e não levar adiante. É mais seguro escolher metas mais atingíveis e, conforme vencê-las, adicionar outras", explica Fernanda.

Porém, antes de investir nas mudanças, a psicóloga sugere uma autoavaliação baseada em autoconhecimento. Ao se conhecer e compreender, é possível avaliar o que se deseja e como conquistar. "Para mudar, é preciso entender primeiro o que se quer manter e o que se quer deixar para trás. E isso varia de pessoa para pessoa."

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