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Voltas triunfais

Correio Braziliense
postado em 16/01/2022 00:01
 (crédito: Fábio Rocha/ TV Globo)
(crédito: Fábio Rocha/ TV Globo)

A novela Um lugar ao sol trouxe de volta às novelas pelo menos quatro atrizes que mostram em cena o porquê temos tanta saudades de quando elas ficam afastadas dos folhetins se dedicando a seriados, aos palcos ou às telonas.

As duas últimas semanas foram o ápice até agora para Mariana Lima, a Ilana, longe das novelas e minisséries desde Os dias eram assim (2017). A ex-modelo e agora empresária resistiu a engravidar por conta da idade, acabou esperando gêmeas, mas uma das meninas não resistiu às complicações de um parto prematuro. Mariana mostrou que passar sofrimento ao público não tem nada a ver com histrionismos, gritarias ou afins. Econômica, ela brilhou.

Sutileza também é a tônica de Regina Braga, a psicóloga Ana Virgínia, afastada das novelas desde A lei do amor. Ela tem várias cenas com outra do time das que nos proporcionam esse doce regresso: Denise Fraga. A intérprete da cantora Julia não nos brindava com uma novela desde Queridos amigos (2008).

Mãe e filha, Ana Virgínia e Julia não são exatamente parceiras de vida. Pelo contrário, vivem às turras por mais que Felipe (Gabriel Leone), filho de Julia e neto de Ana, tente aproximá-las. O drama das duas vem por meio do alcoolismo de Julia e a salvação vem do texto da autora Lícia Manzo, forte e delicado ao mesmo tempo. Sem ser clichê, a conversa entre avó e neto sobre a doença foi emocionante.

Mariana, Regina e Denise estão em bom momento. Mas não tem pra ninguém. Um lugar ao sol é de Andréa Beltrão (foto), afastada das novelas desde As filhas da mãe (2001). Como Rebeca, Andréa pode explorar várias facetas, indo da mulher em crise de meia idade à irmã mimada que revela segredos da irmã, passando por um romance com um rapaz da idade da filha dela e pela mulher moderna que não esconde do marido que se masturba.

Situações que soam como "mais do mesmo" ganham toque de originalidade pelas mãos e, especialmente, pelas expressões dessa grande atriz. A cena em que a ex-modelo marca no próprio rosto o que ela não gosta é dolorosa de se ver, assim como o sexo entre Rebeca e Felipe nos traz leveza e, mérito da direção de Maurício Farias, muita delicadeza e beleza.

Senhora de todas as emoções, Andréa fazia falta nas novelas da Globo. Voltou em boa hora, numa novela sob medida para atrizes do quilate dela brilharem. A nós, noveleiros, resta nos deliciarmos com a Rebeca dela e torcer para que a próxima novela de Andréa não demore mais 20 anos.

Que Elizabeth Savalla é ótima atriz não é novidade, é ponto pacífico. Mas ela está impagável como dona Nedda em Quanto mais vida, melhor!. Ela transita entre o drama e o cômico como poucas e mostra que a Globo deveria rever a decisão de demitir a atriz ao fim da novela das 19h.

O documentário Fédro, no Amazon Prime Vídeo, mostra o reencontro entre o mestre dos palcos Zé Celso e Reynaldo Gianecchini depois de 20 anos. O tempo não foi o suficiente para que o ator ficasse à vontade diante das provocações do diretor. Há momentos constrangedores. Vale para ver Zé Celso, se for o caso.

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