Saúde

O que você sabe sobre herpes? Conheça a doença que atinge maioria dos brasileiros

O vírus que provoca a doença atinge mais de 90% dos brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Dermatologia. Apesar de comum, ainda existem muitos estigmas e confusões a respeito da infecção

Iara Pereira*
postado em 06/02/2022 08:00
 (crédito: Thiago Fagundes/CB/D.A.Press)
(crédito: Thiago Fagundes/CB/D.A.Press)

Quando ouvimos falar sobre herpes, nos lembramos quase que imediatamente das pequenas bolhas em torno dos lábios que incomodam pela vermelhidão e pela dor. Mas esse é apenas um dos tipos da doença, que atinge a maior parte da população brasileira, segundo dados da Associação Brasileira de Dermatologia.

Apesar de compartilharem o nome, existem várias diferenças entre o herpes simples, que forma bolhas nas regiões mucosas, e o herpes zóster. O herpes zóster também é uma doença viral que, geralmente, infecta o indivíduo pela primeira vez durante a infância e causa a catapora. Depois de ter se espalhado pela pele, o vírus transita pelos nervos do corpo até alcançar os gânglios nervosos.

Lá, ele pode permanecer em latência, ou seja, sem causar nenhuma doença por toda a vida. Em alguns casos, ele volta a se manifestar na idade adulta como uma irritação dolorosa na pele, que costuma aparecer como uma faixa de bolhas.

A principal manifestação do herpes simples é por vesículas. A infecção pode causar lesões tanto na cavidade oral como nos lábios e na mucosa.

Esse mesmo vírus pode gerar também úlceras na genitália. Por isso é importante manter o acompanhamento com os médicos especializados, como urologista e ginecologista para receber as orientações adequadas com relação ao tratamento.

O médico infectologista Leandro Machado explica que herpes não tem cura, mas tem tratamento. “Então quando você tiver o primeiro episódio de herpes simples é importante avaliar com alguém especializado e evitar a automedicação, que pode resultar em reincidências”.

Se as lesões estiverem localizadas no rosto, o infectologista alerta para a possibilidade de comprometer a área dos olhos e assim agravar o caso. Ressaltando a urgência na busca por orientação médica.

E o herpes zóster?

Quanto ao herpes zóster Leandro Machado afirma que existem algumas semelhanças mas é preciso estar mais atento às diferenças: “vários pacientes chegam ao consultório perguntando por exemplo sobre vacina para herpes simples, e ainda não existe nenhuma. A vacina combate o herpes zóster, que é causado pelo mesmo vírus da catapora”

O herpes zóster também causa erupções na pele em áreas maiores, por isso é chamado “cobreiro”. A dor nesses casos é maior e pode se tornar crônica se a infecção não for tratada corretamente.

Para os vários tipos de herpes o modo de transmissão mais comum ocorre a partir do contato direto com a pele ferida. Por isso, os médicos recomendam evitar contato com áreas lesionadas como boca e mucosas. Utilizar preservativos para prevenir casos de herpes genital também é recomendável.

Os vírus tornam-se ativos quando a pessoa infectada passa por situações de estresse ou em que a imunidade está mais baixa que o ideal.

Palavra do especialista

Quais os principais sintomas aos quais precisamos estar atentos para identificar o herpes simples? E para herpes zóster?

Os vírus que causam essas doenças são totalmente diferentes. Mas é muito importante fazer uma diferenciação, porque as pessoas confundem bastante pelo nome. Os dois tipos de herpes se caracterizam pelo surgimento de vesículas (bolhas) e dor no local afetado. No caso do herpes simples, as vesículas se localizam mais frequentemente nos lábios, dentro da boca, nariz, olhos e região genital. No herpes zóster, também chamado cobreiro, as vesículas seguem o trajeto do nervo acometido e a dor é muito mais intensa.

Caso apresente sintomas, o que o paciente deve fazer?

O herpes simples é muito comum em toda a população mundial, mas não são todos os casos que desenvolvem lesões. Se uma pessoa está com suspeita de herpes, percebe essas bolhas no corpo, é recomendável buscar orientação médica para receber tratamento.

Se o herpes não for tratado, quais são as possíveis consequências?

Em ambos os casos as lesões são benignas. Isso significa que os casos não costumam evoluir para um câncer, por exemplo. Os maiores problemas são a dor e o desconforto, principalmente na região genital. O paciente sente muito desconforto ao urinar e pra ter relação sexual. Dependendo do local até o contato com roupas podem incomodar. O herpes zóster pode causar complicações mais

Quais são os tratamentos disponíveis?

O tratamento é simples, feito com antivirais em ambos os casos. Para as pessoas que têm recorrência de herpes simples devido a estresse ou ciclo menstrual existem medicamentos que controlam os surtos. Mas as orientações variam dependendo da avaliação individual. Para o vírus do herpes zóster já existem inclusive vacinas disponíveis.

A vacina contra herpes zóster pode ser tomada por quem?

A vacina está liberada para pessoas com mais de 50 anos de idade. É recomendada como rotina para maiores de 60 anos de idade e indicada mesmo para quem que já teve a doenca.

Ana Helena Germoglio é infectologista

*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

 

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