Se, por conta da pandemia, os humanos estão há dois anos sem carnaval, os pets podem — e devem — cair na folia. Tudo com muita segurança e responsabilidade, claro. E a temporada de bailinhos começou e deve seguir pelos próximos dias de Momo. Se não quer sair de casa, chame os parentes e amigos que são "papais" e "mamães" de cães e gatos, vista a fantasia na família e faça a festa.
A clínica veterinária Big Dog, da Octagonal, promoveu, na semana passada, o primeiro Bailinho de Carnaval para os cães da região, com direito a desfiles, a petiscos e a momentos de socialização. Para participarem, os tutores se inscreveram pelas redes sociais e trouxeram três quilos de ração, a fim de colaborar com o projeto Acalanto, que resgata e cuida de animais de rua até que eles estejam preparados para a adoção. O objetivo do evento, além de divertir os pets e os tutores, é chamar a atenção para as iniciativas que se dedicam a acolher cães e gatos abandonados.
E não faltou criatividade na escolha das fantasias: tinham cães vestidos de bruxa, Batman, palhaço, Mulher-Maravilha, príncipe... A sorridente Margot, uma welsh corgi pembroke, dos tutores Marcelo Castro e Marina Garcia, vestiu-se de bobo da corte, produção feita com carinho pela sua "avó", a partir de retalhos de outras roupas. A corgi já havia marcado presença na "barraca do lambeijo", na festa junina da clínica, ocorrida ano passado. Para ela, a maior diversão nos eventos é correr e brincar com os amigos, porém, o barulho e o fato de estar presa à guia a deixou assustada. "Ela é bastante sociável. Nos passeios diários aos parques, sempre se dá muito bem com outros cães", ressalta Marina.
Já a shih tzu Bolinha estava de joaninha e, segundo a tutora Anita Huppes, que se vestiu de vermelho para combinar com a cachorrinha, a ideia da fantasia se deu pela facilidade de produção, já que foi feita apenas com polímero emborrachado e cola quente. A pequena estava participando do evento pela primeira vez e sentiu-se tímida ao interagir com outros cachorros, por isso, optou por ficar mais sossegada. Anita estava acompanhada da irmã, Helane Huppes, que também levou a pequena Lola, enfeitada de Batman, para curtir o bailinho.
Amizades de longa data também se encontraram na festa: Mingau, que estava de príncipe, e Julie, fantasiada de Mulher-Maravilha, costumam se encontrar diariamente para brincar e estavam bastante à vontade entre si, apesar de assustados com os outros cães. Segundo a psicóloga Elis Regina, tutora de Julie, Mingau sempre protege a amiga quando animais desconhecidos ameaçam-na: "Se algum cachorro diferente do convívio se aproxima dela, ele fica bravo e entra na frente para protegê-la", conta. A professora Nara Rodrigues, tutora do peludo, participou pela primeira vez do evento e elogiou a iniciativa, considerando o momento crucial para a interação saudável entre os pets.
Conforme pontuou a médica veterinária Kariny Melo, uma das organizadoras do baile, a intenção é continuar promovendo atividades assim em datas comemorativas, como a festa junina e o halloween, visto que o trabalho dos protetores de animais precisa ter visibilidade e contribuição para seguir firme. Em concordância, a produtora rural Ana Quitéria Maria, responsável pelo projeto Acalanto, explica que, apesar das inúmeras dificuldades — falta de espaço e de ração, o amor pelos bichos a motiva a dar prosseguimento aos resgates. Em sua casa, ela acolhe 78 cachorros e seis gatos e, para o evento, levou quatro filhotes e cinco gatos, todos disponíveis para adoção.
Foliões regulares
Os cães da analista de sistemas Lígia Silva são presença constante em encontros de pets, inclusive em bailes de carnaval. Apaixonada por bichos, a jovem tem cinco cachorros que a acompanham em festividades: Belinha e Lunna, da raça shih tzu, e Ninna, Amora e Maya, da raça dachshunds, os famosos salsichas. As três últimas fazem parte do Clube dos Dachshunds de Brasília, que promove inúmeros eventos para reunir tutores e seus animais.
As salsichas já participaram, por exemplo, do Carnapet, no Shopping ID, que contou com baile, concurso de fantasia, desfile e feira de adoção. Sobre a reação das pequenas à agitação das comemorações, Lígia conta que nunca ocorreram problemas e que elas não costumam sentir medo: "A mais brincalhona é a Maya, sempre se diverte e gasta energia. Já a Ninna não gosta muito de outros cães se aproximando demais, especialmente se forem peludinhos".
As fantasias são normalmente encomendadas ou compradas prontas e os temas variam. No Carnapet, a analista, junto à sua afilhada, que também tem uma salsicha chamada Malu, organizaram a "Liga Dach da Justiça", com o Flash, a Mulher-Maravilha e a Batgirl. Entre os benefícios de participar dessas comemorações, Lígia ressalta a distração e a socialização entre os pets. Para ela e a família, também são momentos de muito entretenimento.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
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