No último mês, o meme "Reage, mulher! Bota um cropped!" viralizou nas redes sociais. Ele faz referência a levantar a autoestima colocando a peça de roupa que é a cara do verão — o cropped. Apesar do conteúdo de humor do bordão, ele está diretamente relacionado ao fato de a moda ser capaz de moldar o ânimo e a disposição de um indivíduo. O consultor de imagem Manoel da Costa explica que a blusinha, que deixa parte do corpo à mostra, pode inspirar confiança e bem-estar.
O termo em inglês significa cortado e, no universo fashion, são blusas ou tops que deixam parte do abdômen à mostra. Manoel conta que, mesmo que esteja em alta no momento, a peça faz parte do universo fashion há algumas décadas. Um exemplo é o caso do ator Will Smith, que utilizou um figurino com cropped em um episódio do seriado Um maluco no pedaço, de 1990. Na mesma época, Britney Spears, Mariah Carey e outras artistas usavam a peça em clipes e aparições públicas.
Tudo indica que o registro do cropped na moda seja ainda mais antigo e, antes de se tornar um artigo do dia a dia, estava presente nos treinos de ginástica. O consultor de imagem aponta que o look é interessante, também, por deixar uma área respirável para a barriga, principalmente se feito de um material adequado para a prática esportiva. Mesmo mantendo modelos e estilos ao longo dos anos, a maior novidade das últimas décadas é a democratização do estilo, que hoje é — e deve ser — utilizado por uma pluralidade de corpos e idades.
A consultora de estilo Natália Taveira afirma que não existem restrições para compor um visual com croppeds, mas que há combinações que vão harmonizar melhor com cada personalidade. "A forma com que nos vestimos transmite quem somos", justifica. A peça é a queridinha de pessoas que se vestem com estilo casual devido ao conforto e à leveza que passa — ideal para o calor do verão. A consultora explica que, para alguns perfis, o mais interessante é compor com outra peça mais fechada, como calças pantalonas, modelo de corte reto e folgado. "É importante pensar na composição", completa.
As peças de cintura alta são ótimas para quem se interessa pelo cropped, mas ainda não se sente seguro o suficiente para usá-lo, pelo fato de mostrar a barriguinha. Como é uma peça versátil, mesmo para aqueles que não estão acostumados com o corte, é possível ornar a combinação. A gerente de imagem e estilo da loja de roupas Caedu, Fernanda Graneiro, cita exemplos: "Um cropped estilo top com uma calça mais larguinha ou uma saia midi e, também, um cropped com manga mais bufante e larguinha com uma saia justa são produções que trazem equilíbrio".
Além disso, a peça pode estar presente em várias ocasiões. "Cai bem nas mais variadas produções, é possível encontrar opções de cropped com uma cara mais romântica, geek, moderna, ousada, entre outros", explica Fernanda. A especialista pontua que apostar na peça depende muito do gosto e, para contrapor a composição básica ou elegante, a escolha das mangas pode ser determinante, como as compridas e bufantes, que se destacam. Outra tendência é usar um top com casaco por cima "para equilibrar o visual e garantir maior elegância".
Shorts
Presentes na moda desde o século 20, os shorts são uma das combinações mais práticas e fáceis de fazer com o cropped. Os mais comuns e coringas são os jeans, presentes na maior parte dos guarda-roupas e que vão bem com a maioria das peças, desde lisas a estampadas. Contam com uma vasta gama de modelagens, com opções mais soltinhas e leves, como o clochard, até modelos mais justos para todos os gostos.
Fernanda Graneiro relata que os shorts que mais ganharam destaque nos últimos anos são os de crepe ou alfaiataria, por ter seu tecido leve e confortável, ideal para o calor, e por ter um visual elegante e moderno. Outros materiais muito frequentes são os de sarja, que geralmente tem bolsos práticos, e os de tricô, que vêm sendo utilizados até mesmo como saída de praia. Com diversos cortes e materiais, existem inúmeras possibilidades para se adequar a diferentes personalidades e ocasiões. Para isso, é importante ir testando e combinando as peças sem medo e, assim, compreender as harmonizações.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte