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O nariz perfeito? Tudo o que você precisa saber sobre rinoplastia

Assim como outras cirurgias plásticas faciais, a demanda por rinoplastia só cresce. Entenda motivações, quando faz sentido "melhorar" a aparência e pontos a considerar antes de tomar uma decisão

Em 2020, a rinoplastia foi a cirurgia plástica facial mais realizada no Brasil, segundo uma pesquisa da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face (ABCPF). Em março deste ano, as buscas pelo termo "rinoplastia" no Google subiram 4.800% em relação às semanas anteriores. Pesquisas mostram também crescimento na procura por intervenções desse tipo entre jovens de 13 a 18 anos. É claro que o nariz, por ocupar uma posição central no rosto, chama a atenção quando estamos de frente e de perfil. Mas de onde vem tanta vontade de mudar?

PhD em cirurgia plástica, Ana Roxo atribui esse comportamento, primeiro, à exposição às telas. As pessoas têm se olhado mais e se reconhecido, na verdade, pelo ângulo das câmeras e dos celulares. "Assim, passam a questionar quais mudanças podem fazer em si mesmas", afirma.

Soma-se a isso a evolução das técnicas utilizadas e os resultados cada vez mais naturais, o que faz os pacientes ficarem mais confiantes, acredita a médica. Os profissionais também vêm unindo o aspecto funcional ao estético. É mais fácil, inclusive, aproveitar a cirurgia estética para realizar uma correção funcional. E vice-versa.

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Quando as duas são feitas juntas, dá para usar a própria cartilagem do paciente para estruturar melhor alguns pontos do nariz. "Antigamente, a cirurgia era muito reducional. Feita para diminuir o nariz mesmo. Hoje, adicionamos cartilagem para dar mais estrutura. E a pessoa precisa respirar bem. Se não, é sinal de que o nariz, provavelmente, também não ficou bonito. Ele é, afinal, um órgão funcional", explica Ana.

Muito se ouve falar sobre rinoplastia como se fosse um procedimento fadado à artificialidade. Enquanto o progresso nos métodos indica que isso não é verdade, alguns outros cuidados asseguram que tudo realmente corra bem. Entre eles, o cirurgião plástico Paolo Rubez destaca a escolha acertada do profissional — não se iluda por fotos da internet, que podem ser manipuladas. E antes de definir o médico, encontre-se com um paciente que tenha tido experiência real com ele.

Nenhum nariz fica idêntico ao de outra pessoa. Mas ter referências e expor suas expectativas é, sim, importante. "Só assim é possível orientar sobre o que é ou não é alcançável e o que o paciente pode esperar da cirurgia", sinaliza. Nesse ponto, a simulação em consultório vem cumprindo o papel fundamental de entender se a queixa da pessoa é algo que vale mesmo a mudança. Programas em 3D vêm proporcionando efeitos bastante reais.

Como caminho para quem deseja melhorar a harmonia facial, Paolo destaca a rinoplastia preservadora, que tenta manter, ao máximo, as estruturas do nariz durante a cirurgia, com uma cicatrização mais rápida e previsível e menos inchaço. É a técnica cirúrgica que mais vem sendo estudada entre profissionais da área. "Não é aplicável para qualquer pessoa e, muitas vezes, ela é utilizada em associação com a rinoplastia estruturada, que é uma técnica mais consagrada. Nesses casos, pode-se optar pela rinoplastia preservadora em algumas partes do nariz e pela estruturada em outras, sobretudo, na ponta nasal", diz.

E, apesar de parecer haver um tabu, homens também fazem rinoplastia. A motivação, no entanto, geralmente, é diferente. No caso deles, a queixa costuma ser mais funcional. Querem respirar melhor e, para um resultado completo, passam por alguma alteração estética.

O "nariz final" depende de uma série de fatores, principalmente de um pós-operatório bem-feito. No caso da rinoplastia, a orientação geral é usar um curativo interno por uma semana. Depois, mais sete dias com uma fita micropore no dorso, mas já podendo ir trabalhar e retomar algumas atividades. Durante a recuperação, o melhor é não se expor a lugares muito cheios. Se possível, ficar em casa e optar por uma programação mais light. Quem passou pela rino também não pode tomar sol nem usar óculos por, pelo menos, 45 dias ou conforme recomendação médica.

Quando não fazer

Quem tem problema de saúde precisa procurar os médicos para ver a história clínica e as alterações funcionais e saber se está apto à cirurgia. Considera-se também a idade mínima para cirurgia a partir dos 16 anos, podendo ter casos aos 15. Tudo depende se o crescimento ósseo está finalizado.

Tipos de rino

Estruturada — A maioria das cirurgias vem seguindo essa técnica, considerada moderna. Ela estrutura todas as áreas e subunidades do nariz, conforme as especificidades de cada pessoa.

Primária ou secundária — Falar em rinoplastia primária quer dizer que é a primeira rino do paciente; secundária é quando ele já passou pelo procedimento.

Reparadora — Corrige deformidades ou pontos indesejados que se formaram após algum tempo de cirurgia.

Rinomodelação: solução não-cirúrgica

É possível mudar o nariz com aplicação de ácido hialurônico, que preenche e reestrutura algumas áreas sem a necessidade de bisturi. O resultado não é definitivo e costuma ser uma "ponte" para quem tem interesse em fazer a rinoplastia. Em média, o ácido fica ativo por um ano. Em alguns casos, ainda mostra resultado dois anos depois. Após esse tempo, o paciente passa pelo retoque. Esse prazo da rinomodelação é negativo, pela necessidade de refazê-la, mas também positivo, porque permite reverter algum ponto que não agradou.

A injeção precisa ser feita por um profissional qualificado, em clínica fiscalizada e com produto de origem certificada. Se não feito corretamente, o uso de ácido hialurônico pode causar distorções na face (como temos visto alguns casos) e necroses. No Brasil, há discussão sobre quem pode aplicá-lo. Atualmente, estão permitidos médicos dermatologistas, cirurgiões plásticos e cirurgiões-dentistas.