Neurônios em dia

Após uma batalha, homens, e até macacos, reforçam os laços com abraços

Pesquisadores da Universidade de Harvard analisaram centenas de vídeos de competições esportivas e concluíram que, ao final de uma partida, os homens têm uma maior proximidade com o "inimigo" do que as mulheres

Dr. Ricardo Teixeira*
postado em 01/11/2022 16:27 / atualizado em 01/11/2022 16:28
 (crédito: Caio Gomez)
(crédito: Caio Gomez)

Estudos robustos nos mostram que os homens são mais amigáveis após o término de um conflito quando comparados às mulheres. Isso parece soar meio desafinado, pois é bem reconhecido que os homens são mais agressivos e competitivos. Que história é essa de amigáveis?

Em um desses estudos, pesquisadores da Universidade de Harvard analisaram centenas de vídeos de “batalhas do dia a dia moderno” de 44 diferentes países. Estamos falando de competições esportivas. Eles demonstraram que, ao final de uma partida, os homens têm uma maior proximidade com o “inimigo” do que as mulheres. Isso foi identificado como abraços, apertos de mãos e tapinhas nas costas.

A explicação evolutiva para esse comportamento é que os homens, após terminado o conflito, têm a tendência em se aproximar do oponente para garantir alianças para uma futura guerra. Eles garantem a perpetuação da espécie não só vencendo disputas para conseguir gerar mais filhos, mas também por preservarem a comunidade como um todo em conflitos entre grupos. 

Estudos com chimpanzés evidenciam essa mesma tendência: os machos depois de uma briga dão mais abracinhos que as fêmeas. Quanto às fêmeas, sabemos muito bem que no universo família elas são mais cooperativas. Porém, as mulheres sentem-se mais abaladas, quando um conflito ocorre com outra mulher se comparamos com a mesma situação em que os personagens são dois homens.

Voilà Jair. Ligue para o Lula dando as congratulações, faça uma daquelas suas lives pedindo para os caminhoneiros desobstruírem as estradas e, no dia primeiro de janeiro, entregue a faixa e dê uns tapinhas nas costas do Lula.

*Dr. Ricardo Teixeira é neurologista e diretor clínico do Instituto do Cérebro de Brasília

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