Na reta final das Olimpíadas em Paris, diversos atletas tiveram a possibilidade de experimentar as sensações proporcionadas tanto pela vitória quanto pela derrota após as competições. O cérebro, por sua vez, reage de maneira diferente em cada uma dessas experiências.
Na vitória, conforme o Dr. Fernando Gomes, neurocientista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), o órgão libera uma série de substâncias químicas, principalmente dopamina, que é frequentemente associada ao prazer e à recompensa.
“Essa liberação de dopamina cria uma sensação de euforia e satisfação, que incentiva a repetir comportamentos que levam ao sucesso. É como se o cérebro nos recompensasse com um prêmio interno por termos alcançado um objetivo”, explica.
Cérebro na derrota
Por outro lado, uma derrota provoca uma resposta diferente. O cérebro ainda libera dopamina, mas em níveis muito menores. Em vez disso, outras áreas do órgão, como a amígdala, que está associada às emoções e ao processamento do medo, tornam-se mais ativas. Isso pode levar a sentimento de frustração, tristeza ou, até mesmo, raiva.
“Essas emoções negativas não são apenas reações automáticas, já que elas têm um propósito evolutivo, porque provocam uma reflexão sobre os possíveis erros e incentivam na elaboração de estratégias que possam aumentar as chances de sucesso no futuro”, diz o médico.
Mentalidade e resiliência após derrota
Estudos de neurociência mostram que a maneira como a mente interpreta uma derrota pode influenciar a resposta do cérebro. “Pessoas que veem a derrota como uma oportunidade de aprendizado tendem a se recuperar mais rapidamente e a serem mais resilientes. Isso sugere que a mentalidade desempenha um papel crucial na forma como o cérebro processa falhas e sucessos”, explica o Dr. Fernando Gomes.
Ainda segundo o médico, a dinâmica entre vitória e derrota é fundamental para o crescimento pessoal, pois o cérebro, com sua capacidade de adaptação e aprendizagem, usa essas experiências para moldar o comportamento e redefinir a rota em direção aos objetivos. “Em última análise, tanto as vitórias quanto as derrotas são essenciais para o desenvolvimento humano, pois nos empurram a buscar constantemente o aprimoramento e a superação”, finaliza.
Por Mayra Barreto Cinel
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