A hidratação constante é necessária para manter o funcionamento ideal do organismo e, com isso, a vontade de ir ao banheiro se torna frequente. Porém, especialistas alertam que é preciso atenção à frequência maior ao banheiro, pois ela pode indicar problemas de saúde como incontinência urinária, doenças relacionadas ao diabetes ou cistite.
Segundo o nefrologista e professor do curso de medicina da Unic Beira Rio, Dr. Jonathan Feroldi, a regularidade entre as micções interfere na qualidade de vida e os sinais não devem ser negligenciados. “A cistite é uma inflamação da bexiga urinária, que pode ser desencadeada por infecções bacterianas, irritações químicas, entre outras causas. A forma mais comum de cistite é a cistite bacteriana, causada por bactérias, sendo a Escherichia coli, que entra na uretra e alcança a bexiga, a mais corriqueira”, esclarece.
Mulheres são mais afetadas por infecções urinárias
As mulheres são as mais afetadas pelas infecções urinárias baixas. Isso acontece devido a possuírem uma uretra mais curta e a maior proximidade dela com as bactérias da região anal, sendo, por isso, muito importante para elas desenvolverem práticas de higiene e hábitos saudáveis, cruciais na prevenção dessa condição, explica o Dr. Jonathan Feroldi, tais como:
- Beber muita água: manter-se hidratado ajuda a diluir a urina que, além de prevenir a formação de cálculos, ainda facilita a eliminação de bactérias;
- Não segurar a micção e manter um constante fluxo urinário: muitas pessoas sentem receio de utilizar banheiros públicos com medo de pegarem infecções, mas, na verdade, é o hábito de segurar a micção que realmente é danoso, pois é o fluxo constante de urina pela uretra ajuda a eliminar as bactérias;
- Criar o hábito de urinar logo após relações sexuais: após relações sexuais, a fluidificação presente facilita a ascensão de bactérias até a bexiga, sendo que o simples hábito de urinar logo em seguida já é suficiente para interromper esse caminho da bactéria.
Sintomas da cistite
O principal sintoma da cistite é a dor ou ardor ao urinar, chamada pelos médicos de disúria, acompanhada de polaciúria, que é, justamente, essa maior frequência miccional ao longo do dia. Além disso, pode apresentar outros sintomas, como urgência miccional, dor na parte inferior do abdômen e urina turva com odor forte.
Diagnóstico da doença
O diagnóstico da cistite é essencialmente clínico, ou seja, feito por meio de uma combinação de histórico dos sintomas e exame físico, dispensando análises adicionais na maioria dos casos. Contudo, nos grupos de maior risco, exames laboratoriais como urocultura e rotina de urina se tornam importantes. “Além dos exames de urina, em alguns casos, o médico pode recomendar exames adicionais, como de sangue e uma ultrassonografia, para descartar outras condições”, salienta o Dr. Jonathan Feroldi.
Tratamento da cistite
O Dr. Jonathan Feroldi destaca que o tratamento é indicado de acordo com a gravidade de cada caso e, por isso, a busca por um médico assim que os sintomas surgem é essencial. “É importante procurar um médico se você suspeitar de cistite, especialmente se você pertence a grupos de maior risco como homens, gestantes, diabéticos, imunossuprimidos ou se faz uso de sondagem vesical”, ressalta.
O especialista salienta os perigos de não tratar a infecção. “Se não diagnosticada e tratada de maneira adequada, pode evoluir para uma infecção urinária alta, que pode chegar até os rins, causando a pielonefrite, uma condição mais grave que, além de dor nas costas, pode levar a sintomas sistêmicos, como febre alta e mal-estar, exigindo tratamento médico urgente. Além disso, o tratamento inadequado pode criar bactérias resistentes e surgirem infecções urinárias de repetição”, completa o médico.
Por Camila Souza Crepaldi
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