As escadas são elementos essenciais para conectar diferentes planos de níveis, além de transformar ambientes, tanto na questão da praticidade quanto da estética. Com uma infinidade de modelos e materiais à disposição, podem surgir dúvidas de como fazer a melhor escolha, pois a construir é algo sério e deve ser muito bem-planejado, desde o desenho até os cálculos e o resultado.
Considerando isso, a dupla de arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, do escritório Dantas & Passos Arquitetura, listam 7 dicas importantes. Confira!
1. Avalie o espaço disponível
A avaliação do espaço disponível é o ponto de partida para definir a escada ideal. As profissionais ressaltam que elas precisam ser bem estudadas desde o início do projeto, quando é analisada a área onde será construída, bem como os possíveis tipos de instalação estrutural, a segurança e o conforto ao subir e descer, além de harmonizar com toda a identidade do projeto. “Escadas não devem ser encaradas como elementos soltos em um projeto. Essa decisão precisa ser coerente com a edificação e a arquitetura proposta”, comenta Paula Passos.
Assim como podem acompanhar a identidade do projeto, elas concordam que as escadas também podem ser o destaque do ambiente a partir de um design muito bem pensado e dimensionado, além do uso de acabamentos eleitos com o propósito de enfatizar a estética do conjunto. Podem, ainda, ter uma dupla função como divisória ou organizadora, dependendo do local onde serão inseridas.
2. Considere a segurança do lugar
Elementos estruturais indispensáveis para unir diferentes níveis de uma construção precisam ser pensados com muito cuidado, principalmente se no local residir crianças e idosos. “É inegável que esse público é mais propenso a acidentes durante a movimentação”, afirma Danielle Dantas. Por isso, para o conforto e segurança, as arquitetas recomendam algumas medidas:
- Altura de degraus: mínimo de 16 cm e máximo de 18 cm;
- Largura livre: espaços menores – 85 cm / espaços grandes – 110-120 cm;
- Guarda-corpos: até no máximo 11 cm entre os vãos;
- Corrimão: altura entre 92-95 cm do degrau e mais 30 cm além do final da escada;
- Pisadas consecutivas: variar entre 28-32 cm livre para os pés;
- Profundidade do piso: ideal não ter menos que 28 cm.
3. Escolha elementos seguros
Corrimão e guarda-corpos são itens básicos de segurança e devem atender a certos critérios, não apenas de medidas. No caso dos corrimãos, não deve haver interrupções e a forma cilíndrica é recomendada por se tornar mais fácil de segurar. No que diz respeito ao guarda-corpos, o vão não deve ser superior ao recomendado como estratégia de evitar que uma criança prenda a cabeça ou as mãos entre os vãos. Outra dica é pensar em colunas, bem distribuídas na escada, como maneira de limitar a presença de grandes vãos e garantir melhor sustentação.
“O emprego de peças de acabamentos também é indicado para ajudar na interligação entre degraus e corrimãos. Também damos preferência por usar materiais antiderrapantes, consideramos a colocação de uma luz noturna constante e portões de segurança com sistema de pressão para a proteção dos bebês e crianças pequenas. Em vãos muito grandes, as redes de proteção são muito bem-vindas!”, aconselha Paula Passos.
4. Defina o formato conforme o espaço
O espaço disponível é determinante para definir o formato da escada, assim como as qualidades de degraus necessários, direção de lances e patamares. Segundo as arquitetas, escadas podem ter formatos:
- Reto: mais tradicional, sua vantagem é a simplicidade. Podem ter um ou mais lances com patamares intermediários, se for bem comprida. Entretanto, a escada não muda de direção e não tem curvas;
- Caracol ou helicoidal: o desenho redondo conta com uma coluna eixo de onde saem os degraus em leque. “É uma opção interessante para ambientes pequenos”, orienta Danielle Dantas.
- Em ‘L’: tem o formato da letra ao mudar de direção com patamar em ângulo de 90 graus, podendo ser executada com degraus triangulares;
- Em ‘U’: com dois lances ligados em direções opostas, pode ser dividida em duas partes para ocupar menos espaço. “É um modelo que se encaixa em diversos espaços”, diz Paula Passos.
- Círculo: escada redonda e sem eixo central, os degraus em leque mudam de direção aleatoriamente podendo formar caminhos leves e sinuosos. Ideal para ambientes com linhas orgânicas;
- Suspensão: não apresenta um desenho exato, mas um sistema de fixação dos degraus e patamares que esconde os pontos de apoio, dando a sensação de uma escada ‘flutuante’.
5. Opte por materiais que combinem com o projeto
Quanto aos tipos de estruturas, as mais comuns são as escadas em cascata, com a parte inferior fechada inclinada ou escalonada; com viga central e degraus em balanço nas laterais; com vigas laterais e as escadas flutuantes com degraus chumbados nas paredes laterais. Para a escolha dos materiais, há um leque de opções, mas segundo as profissionais as principais são: madeira, metal e concreto.
“Lembrando que esses materiais também podem ser combinados no projeto e a escada revelar uma mistura entre eles. Os revestimentos aplicados nos degraus exercem muita influência no estilo da escada. Valiosíssimo reafirmar que a pisada dos degraus não deve ser elaborada com materiais escorregadios”, completa Paula Passos.
6. Invista em um material de qualidade
Entre os revestimentos recomendados estão as pedras naturais com tratamentos mais porosos e as madeiras na sua forma mais bruta e sem vernizes. É possível também investir na aplicação do porcelanato, aclamado por sua resistência e o grande leque de opções de texturas antiderrapantes e cores no mercado.
Já os corrimãos podem ser de ferro, madeira, aço inox e alumínio, enquanto os guarda-corpos pedem um visual limpo, leve e podem ser produzidos com vidro reto ou curvo. Nesse caso, a dupla do escritório Dantas & Passos enfatiza a aquisição do material laminado ou temperado com espessura de aproximadamente 10 mm. “De jeito nenhum deve ser considerado o vidro comum”, adverte Paula.
Para quem busca por um estilo mais clássico ou rústico, a madeira, o ferro ou o aço inox se revertem em um visual que atende bem todos os formatos de escadas.
7. Pense na funcionalidade da escada
Muitas vezes, as escadas são o elemento de destaque estético do local. Por exemplo, escadas curvas podem ser verdadeiras esculturas com naturalidade, trazendo mais dinamismo ao ambiente, e o mármore consagra a estrutura com aspectos de requinte e sofisticação.
Os projetos com escadas flutuantes são capazes de criar efeitos visuais impressionantes com degraus casados aliados com efeitos de luz indireta e as metálicas, com viga central e degraus de madeira em balanço, contribuem com a estética de leveza e rapidez na montagem.
Não só as escadas podem ser aproveitadas, mas o espaço abaixo delas pode ser otimizado. “Uma área ociosa embaixo de uma escada pode servir como jardim interno, um pequeno home-office, barzinho com adega ou como espaço de armazenamento de apoio para livros. Em ambientes mais compactos, que precisamos otimizar o uso para melhor aproveitamento geral dos espaços, a área é perfeita para um armário de rouparia ou apoio para organizar malas”, finaliza Danielle Dantas.
Por Emilie Guimarães
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