Cultura

Resistência artística no Mercado Sul

Edis Henrique Peres
postado em 05/06/2022 00:01
 (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

As casas marcadas por intervenções artísticas e as ruas enfeitadas com vasos de plantas caracterizam o Mercado Sul como um polo cultural de Taguatinga. Em três quadras, a ocupação acolhe artistas de diferentes ofícios. Vitória Aquino, de 22 anos, vive no local desde os oito anos e aprendeu, com os outros moradores, ofícios dos quais se orgulha. "Sou artesã, trabalho com saboaria, sou cantora, compositora. Aqui todo mundo é multiprofissional", afirma.

A vitralista Jacque Bittencourt, 33, foi atraída pelo local por sua singularidade. "Ouvia falar que aqui era um local democrático, em que tudo se resolvia em assembleia, com envolvimento de cada membro", relata.

Ayanna Duran, 33, veio da Chapada dos Veadeiros e se apaixonou pelo local. "Aqui não é um local que apenas abraça a diversidade, é um local que é diverso em sua própria composição. Temos pessoas de todos os lugares, de todos os estados, de várias tribos indígenas", afirma a pintora.

Nas mãos hábeis de Virgílio Mota, 70, a sustentabilidade ganha um peso artístico e funcional. "Produzo móveis de todo tipo com papelão. Todos eles são totalmente funcionais, cadeiras que aguentam até 200kg, mesas e outros materiais", relata.

A quadra cultural também garantiu que um legado de família se mantivesse vivo. Alexandre Aden Alves, de 54 anos, é responsável pela loja Aden Violões, ofício que aprendeu com o pai. "Meu pai, por sua vez, aprendeu com o pai dele", detalha. "Aqui é um lugar de força cultural extraordinária", finaliza.

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