Pelo suor

Relógio indica hora certa de se medicar após analisar suor do usuário

Em testes, a tecnologia rastreou o efeito do paracetamol, um analgésico de venda livre, em um grupo de voluntários durante algumas horas

Correio Braziliense
postado em 17/08/2020 06:00
 (crédito: Jialun Zhu, Shuyu Lin, and Yichao Zhao (I?BL/UCLA))
(crédito: Jialun Zhu, Shuyu Lin, and Yichao Zhao (I?BL/UCLA))

Pesquisadores americanos desenvolveram um smartwatch que consegue, em tempo real, mostrar os níveis de medicamentos no organismo do usuário. A tecnologia vestível realiza essa tarefa por meio da análise de produtos químicos encontrados no suor. A nova ferramenta foi apresentada na última edição da revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences, a Pnas.

De acordo com os criadores, os esforços atuais para personalizar a dosagem de medicamentos dependem de repetidas coletas de sangue, e as amostras são enviadas para análises em laboratórios centrais. Esse processo é inconveniente, demorado, invasivo e caro. Por isso, é realizado apenas em um pequeno subconjunto de pacientes e em raras ocasiões.

“Queríamos criar uma tecnologia vestível que pudesse rastrear o perfil da medicação dentro do corpo de forma contínua e não invasiva. Dessa forma, podemos ajustar a dosagem ideal e o tempo de ingestão para cada indivíduo. Usando essa abordagem de personalização, podemos melhorar a eficácia dos tratamentos terapêuticos”, enfatiza, em comunicado, o líder do estudo, Sam Emaminejad, professor-assistente de engenharia elétrica e de computação na Universidade da Califórnia.

Medicina personalizada

Devido aos pequenos tamanhos moleculares, tipos diferentes de drogas acabam no suor, em que suas concentrações refletem os níveis circulantes das drogas. Por isso, os pesquisadores criaram um smartwatch equipado com um sensor que analisa as pequenas gotas eliminadas pela pele.

Em testes, a tecnologia rastreou o efeito do paracetamol, um analgésico de venda livre, em um grupo de voluntários durante algumas horas. Os pesquisadores estimularam as glândulas sudoríparas no pulso dos participantes aplicando uma pequena corrente elétrica. Isso permitiu a detecção de mudanças na química corporal sem a necessidade de os analisados se exercitarem para suar. “Nossos resultados foram muito positivos. Essa tecnologia é uma virada de jogo e um passo significativo para a realização da medicina personalizada”, resume Sam Emaminejad.

Como cada medicamento tem a própria assinatura eletroquímica, o sensor pode ser projetado para verificar o nível de um medicamento específico. “Os pacientes poderiam se beneficiar de tais ferramentas de monitoramento não invasivas e fáceis de usar, enquanto os médicos poderiam ver como a medicação está se saindo no paciente”, completa Emaminejad.

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