Engenheiros da Universidade Monash, na Austrália, desenvolveram um diagnóstico rápido, portátil e barato que pode ajudar a fornecer tratamento urgente para pessoas em risco de morrer devido à rápida perda de sangue. O equipamento, feito com lâmina de vidro, filme de Teflon e um pedaço de papel, é capaz de testar os níveis de concentração de fibrinogênio no sangue em menos de quatro minutos.
O fibrinogênio é uma proteína encontrada no sangue, necessária para a coagulação. Quando um paciente sofre uma lesão traumática, como um acidente de carro grave ou uma grande cirurgia, a substância evita hemorragias. Normalmente, os pacientes com sangramento intenso devem ser transportados para um hospital ou centro de emergência, onde são submetidos a testes de diagnóstico antes de serem tratados. Esses exames, porém, são demorados e caros, pois exigem equipamentos sofisticados, pessoal especializado treinado e podem levar até meia hora.
O novo teste elimina a necessidade de equipamentos hospitalares centralizados para detectar, monitorar e tratar os níveis de fibrinogênio — algo nunca alcançado até agora. Além disso, o método de diagnóstico pode ser ampliado para uma ferramenta de pronto atendimento, colocado em ambulâncias e outros veículos de primeiros socorros. A invenção foi descrita na revista ACS Sensors.
O teste funciona colocando-se uma gota pré-misturada de uma amostra de sangue a uma solução de enzima em uma superfície sólida, permitindo a coagulação. Em seguida, põe-se uma tira de papel no topo. Quanto mais o sangue desce pela tira, menor é a concentração de fibrinogênio. Segundo os autores, o método pode servir para uma variedade de condições hematológicas.
“O desenvolvimento do primeiro diagnóstico de fibrinogênio portátil do mundo é uma virada de jogo para milhões de pessoas que morrem a cada ano de perda crítica de sangue. Também vai aliviar a pressão sobre os departamentos de emergência, pois esse tratamento salva-vidas pode ser administrado no local e em tempo rápido”, diz Clare Manderson, pesquisadora do Departamento de Engenharia Química da Monash e coautora do estudo. “Nossa capacidade de desenvolver esse teste com materiais baratos e prontamente disponíveis significa que ele pode ser facilmente comercializado para uso em todo o mundo”, conclui.
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