O plástico é um dos maiores poluentes dos mares e oceanos e retirá-lo das águas representa uma tarefa extremamente difícil. Para ajudar nessa missão, cientistas espanhóis desenvolveram um aplicativo que consegue detectar e quantificar o volume desse material na superfície. Em testes iniciais, os pesquisadores obtiveram dados animadores, com uma eficácia de até 80%, segundo resultados apresentados na última edição da revista especializada Environmental Pollution.
Na introdução do estudo, os cientistas enfatizam que o lixo marinho, geralmente, é monitorado com a ajuda da tripulação de barcos e aviões durante os percursos realizados — um trabalho considerado pouco eficaz devido à imensa área a ser vigiada. “É muito difícil realizar buscas em regiões tão grandes e de pouco acesso. Nosso objetivo é usar fotografias aéreas combinadas com algoritmos analíticos para ter um controle maior do descarte desses poluentes”, destacou, em um comunicado à imprensa, Odei Garcia-Garin, pesquisador do Instituto de Biodiversidade da Universidade de Barcelona e primeiro autor do artigo.
Com esse objetivo, o cientista e sua equipe, em parceria com pesquisadores da área de inteligência artificial da mesma universidade, desenvolveram um aplicativo chamado de MARLIT. Para testar a tecnologia, os especialistas usaram mais de 3,8 mil fotos coletadas por drones e aviões na costa mediterrânea da Catalunha. Os investigadores obtiveram acertos na maioria do material analisado pelo software.
A equipe de Garcia-Garin reconhece que mais estudos precisam ser feitos, mas estão animados com os resultados alcançados até o momento. Na segunda fase de análises, os cientistas instalaram a nova ferramenta em um drone, o que possibilita a realização de análises em tempo real.
“Ainda é um estágio inicial, e existem vários fatores que podem interferir (ondas, vento, nuvens, etc.) e dificultar a detecção de lixo flutuante automaticamente. Mas acreditamos que essa tarefa é, sim, alcançável e que teremos resultados positivos”, frisou Garcia-Garin.
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