Pesquisadores do Japão desenvolveram um adesivo para pele que consegue monitorar o pulso e a pressão sanguínea de usuários em poucos minutos. A nova tecnologia, que tem apenas um centímetro de tamanho e é semelhante a um curativo, funciona a partir da energia produzida pelo movimento do corpo, sem precisar de baterias. O projeto foi apresentado na última edição da revista Nature Communications e pode ajudar no tratamento de indivíduos com problemas de saúde que exigem o acompanhamento constante, como a hipertensão.
Os criadores da tecnologia sonhavam com um dispositivo que pudesse ser usado facilmente, sem a necessidade de acoplar acessórios extras. “Embora sensores vestíveis estejam se popularizando, ainda é difícil fazer com que eles trabalhem sem o uso de fios e baterias pesadas e inconvenientes”, enfatizam os autores do artigo. Para criar a ferramenta, eles desenvolveram uma fita adesiva semelhante a curativos ultraflexíveis e aplicaram, em sua estrutura, um polímero ferroelétrico, tecnologia que consegue avaliar o pulso e a pressão sanguínea e enviar os dados a dispositivos eletrônicos, como telefones inteligentes e monitores médicos.
Tensão elétrica
O segredo para o recarregamento da peça é a espessura micro do polímero aplicado à fita. É esse tamanho reduzido, segundo os desenvolvedores, que permite a criação de um campo elétrico forte o suficiente para ser recarregado por meio da movimentação do braço do usuário. “Chamamos esse elemento de efeito piezoelétrico, que é muito eficiente na conversão do movimento natural do corpo em pequenas tensões elétricas. O dispositivo responde rapidamente às variações de tensão ou às pressão obtidas em sua superfície”, explica, em comunicado, Andreas Petritz, pesquisador da Universidade de Osaka, no Japão, e um dos autores do estudo.
A solução tecnológica segue em fase de testes, mas a equipe já aposta em futuras aplicações do aparelho. “Nosso adesivo pode contribuir para um monitoramento de distúrbios cardíacos, sinais de estresse e apneia do sono, entre outros”, ilustra Petritz. “Esperamos que nossas descobertas ajudem também no desenvolvimento de mais sensores com a mesma estrutura, mas que realizem outras medições.”
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.