Nanoengenharia

Produzindo energia com o suor dos dedos

Correio Braziliense
postado em 18/07/2021 20:35
 (crédito: Reprodução/Universidade de Engenharia da Universidade da Califórnia)
(crédito: Reprodução/Universidade de Engenharia da Universidade da Califórnia)

O suor humano pode ajudar a produzir energia elétrica, mostram pesquisadores americanos. Eles desenvolveram um novo dispositivo que, ao entrar em contato com o líquido produzido naturalmente nas pontas dos dedos, gera uma carga de energia capaz de alimentar pequenos dispositivos, como medidores de pressão cardíaca. A tecnologia foi apresentada na última edição da revista especializada Joule.

“Queríamos criar um dispositivo que pudesse ser usado durante atividades diárias e que quase não demandasse investimento de energia. Você pode esquecê-lo completamente e ir dormir ou trabalhar na mesa, como digitar, mas, ainda assim, continuar a gerar energia”, explica, em comunicado, Joseph Wang, professor de nanoengenharia da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e principal autor do estudo.

Os pesquisadores explicam que as pontas dos dedos têm a maior concentração de glândulas sudoríparas em comparação com qualquer outra parte do corpo. O dispositivo é um tipo de coletor de energia, chamado célula de biocombustível (BFC, em inglês), que é alimentado por lactato, um composto presente no suor.

Hidrogel
Os cientistas construíram a tecnologia usando pedaço de espuma composta também de carbono. O material foi conectado a um circuito de eletrodos, que é preso nas pontas dos dedos com o auxílio de um hidrogel. “O tamanho do dispositivo é de cerca de um centímetro quadrado. Seu material também é flexível, e você pode usá-lo confortavelmente por um longo período de tempo”, detalha Lu Yin, estudante do Departamento de Nanoengenharia da Universidade da Califórnia e também autora da pesquisa

Dentro do dispositivo, ocorrem uma série de reações eletroquímicas quando ele entra em contato com o suor, gerando uma pequena corrente elétrica. Em testes iniciais, os pesquisadores conseguiram usar a solução para alimentar pequenos aparelhos, como o de medição de pressão arterial e sistemas de detecção de vitamina C. Isso apenas com a energia produzida durante 10 horas de uso do aparelho por um voluntário, que utilizou a tecnologia enquanto dormia. “Ficamos felizes com os resultados e, agora, iremos nos dedicar a torná-lo ainda mais potente. Existe um potencial muito grande, e estamos empolgados. Temos 10 dedos para brincar”, adianta Wang.

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