Microeletrônica

O menor cateter do mundo

Correio Braziliense
postado em 10/01/2022 00:01
 (crédito:  Jacob Müller/Divulgação)
(crédito: Jacob Müller/Divulgação)

Pesquisadores da Alemanha desenvolveram o menor cateter do mundo, com diâmetro de apenas 0,1 milímetro. Segundo eles, o dispositivo permite maior flexibilidade e resiliência em seu manuseio, quando comparado aos atualmente disponíveis. A aposta é de que ele ajude na execução de procedimentos médicos mais delicados, como a remoção de coágulos sanguíneos e a inserção de implantes. Detalhes da invenção foram apresentados na última edição da revista especializada Science Advances.

Em geral, quanto menos invasivo o cateter, menor o risco de complicações e o tempo de recuperação do paciente. Na nova versão, além de reduzir o tamanho do dispositivo o máximo possível, foram adicionados sensores capazes de auxiliar na inserção do equipamento médico. "Devido ao nosso método especial de fabricação, os componentes eletrônicos embutidos não afetam o tamanho dos nossos cateteres, que podem ser tão finos quanto um único fio de cabelo", afirma, em comunicado, Boris Rivkin, principal autor do estudo e pesquisador da Chemnitz University of Technology, na Alemanha.

O microcateter funciona como uma bússola, que atua por meio de campos magnéticos, sendo aplicável até em tecidos profundos e sob materiais densos, como ossos do crânio. Ele também integra um canal para fluidos. Por meio desse sistema, drogas e outras substâncias líquidas podem ser entregues diretamente ao local escolhido com mais rapidez, considerando a tecnologia tradicional.

Além disso, a ponta do dispositivo é equipada com um minúsculo instrumento de pressão, o que permite que ele agarre e mova objetos microscópicos, removendo, assim, pequenas amostras de tecido ou coágulos sanguíneos. Os pesquisadores adiantam que mais testes precisam ser realizados em laboratório até que o produto possa ser usado com segurança. Eles também estão otimistas quanto à junção de um número ainda maior de funções a nova tecnologia.

"Por exemplo, sensores para análise mais apurada do sangue podem nos ajudar a monitorar um paciente durante o seu tratamento de forma mais acurada e rápida", ilustra Rivkin. "O uso de tecnologias de microchip pode revolucionar o desenvolvimento de microcateteres e trazer mais segurança para tratar problemas de saúde complicados, como aneurismas ou malformações vasculares", acrescenta Oliver G. Schmidt, pesquisador da Chemnitz University of Technology e também autor do estudo.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação