Cultivo em qualquer lugar

Correio Braziliense
postado em 27/06/2022 06:00
 (crédito:  Nasa/Divulgação)
(crédito: Nasa/Divulgação)

As microalgas são pequenas criaturas resistentes que vivem em águas quentes e frias, salgadas e doces em todo o mundo, tornando-as grandes candidatas para cultivo em quase qualquer lugar — nas cidades, em terra ou no mar. De acordo com as estimativas da equipe da Universidade da Califórnia (UC), em Boulder, apenas 1 a 2 milhões de acres de lagoas abertas seriam necessários para produzir todo o cimento de que os Estados Unidos, o maior produtor mundial, precisam. Essa área corresponde a 0,5% de toda a superfície terrestre norte-americana e apenas 1% da usada para cultivar milho.

E o calcário não é o único produto que as microalgas podem criar: os lipídios, proteínas, açúcares e carboidratos desses pequenos seres vivos podem ser usados para produzir biocombustíveis, alimentos e cosméticos. Isso significa que eles também podem ser uma fonte de outros coprodutos mais caros — ajudando a compensar os custos de produção de calcário.

Para criar os coprodutos a partir da biomassa de algas e aumentar a produção de calcário o mais rápido possível, os pesquisadores norte-americanos estão selecionando cepas e estudando a otimização do crescimento das microalgas. Há empresas interessadas em comprar esses materiais, e o calcário já está disponível em quantidades limitadas, disseram os engenheiros da UC Boulder. "O ritmo atual de construção global é impressionante, a caminho de construir uma nova cidade de Nova York todos os meses pelos próximos 40 anos", diz Srubar.

Para o engenheiro, esse crescimento global não é apenas uma oportunidade para converter edifícios em sumidouros de carbono, mas para limpar a indústria da construção. Ele espera que a substituição do calcário extraído por uma versão caseira também possa melhorar a qualidade do ar, reduzir os danos ambientais e aumentar o acesso equitativo aos materiais de construção em todo o mundo.

"Fazemos mais concreto do que qualquer outro material do planeta, e isso significa que ele toca a vida de todos", disse Srubar. "É muito importante lembrarmos que esse material deve ser acessível e fácil de produzir, e os benefícios devem ser compartilhados em escala global."

 

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