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Recuperação Judicial da Voepass preocupa passageiros

Entenda o direito dos passageiros afetados pela Voepass diante do pedido de Recuperação Judicial

Recuperação Judicial da Voepass preocupa passageiros (A paralisação das operações da Voepass impacta diferentes perfis de consumidores, exigindo estratégias específicas. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil))

A solicitação de recuperação judicial da Voepass Linhas Aéreas gerou dúvidas e apreensões entre os passageiros afetados. Com dívidas de R$ 429 milhões e a responsabilização da Latam após o cancelamento do acordo de codeshare, o advogado Rodrigo Alvim, especialista em Direito dos passageiros aéreos, esclarece os direitos e as ações recomendadas em meio à crise.

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A paralisação das operações da Voepass impacta diferentes perfis de consumidores, exigindo estratégias específicas. Quem comprou passagens diretamente com a companhia deve estar atento: a chance de reembolso espontâneo é baixa, e reclamações pelo site consumidor.gov.br podem não ser respondidas rapidamente. Recomenda-se registrar todas as tentativas de contato, guardar comprovantes de pagamento e buscar orientação jurídica para eventual ação judicial.

Para quem adquiriu passagens por agências de turismo, a orientação é contatar imediatamente o responsável. É importante verificar se a compra foi feita diretamente com a Voepass ou por meio de uma parceira.  Passageiros que adquiriram passagens junto a companhias parceiras, como TAM ou Azul, devem solicitar reacomodação gratuita ou reembolso integral junto à companhia responsável pelo trecho restante. Segundo a Resolução 400 da ANAC, o artigo 21 garante a reacomodação em caso de cancelamento, e o artigo 28 assegura a liberdade de escolher qualquer companhia aérea para esse procedimento, sempre mantendo origem e destino. “Formalizar o pedido por escrito e guardar toda a documentação reforça o direito do consumidor”, afirma o advogado. 

Direitos do passageiro

De acordo com Alvim, a Resolução 400 da ANAC é a principal ferramenta de proteção. Em caso de cancelamento, o passageiro tem direito à reacomodação em outro voo, seja na mesma companhia ou em parceira, além do reembolso integral, que deve ser devolvido em até sete dias. Também há direito à assistência material, como alimentação, hospedagem e transporte, proporcional ao tempo de espera.

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Alerta importante

Rodrigo Alvim reforça que a recuperação de valores pagos pode ser demorada e complexa, especialmente para quem comprou diretamente com a Voepass. Por isso, é essencial conhecer seus direitos, registrar reclamações por escrito, guardar documentos e buscar auxílio dos órgãos de defesa do consumidor para acelerar a resolução.

Recomendações práticas:

  • Documentar todas as reclamações e comunicações por escrito, preferencialmente por e-mail ou carta registrada. 
  • Conservar comprovantes de pagamento e demais documentos relacionados à viagem. 
  • Procurar orientação jurídica especializada. 
  • Acompanhar as notícias e comunicados oficiais da ANAC e da Voepass.

“Com esse entendimento, o passageiro deve agir com cautela, formalizar suas reivindicações e acompanhar as orientações oficiais para minimizar prejuízos e garantir seus direitos”, conclui Alvim.

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Fonte:
Rodrigo Alvim Gusman Pereira é Mestre em Direito pela PUC/MG. Graduado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com um semestre na Univesidad de Barcelona. Possui MBA em gestão empresarial pela FGV. É especialista em Direito dos Passageiros.

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