Fernando Calmon

"Hoje, a média é de um acidente fatal para cada 100.000 km rodados pela frota mundial. Quando chegar o nível quatro, a previsão é de um óbito para cada 10 milhões de quilômetros rodados"

Correio Braziliense
postado em 19/08/2020 20:32

TRÁFEGO URBANO SERÁ MAIS SEGURO E FLUIDO


Carros autônomos ainda não têm data certa para tornarem-se corriqueiros no chamado mundo desenvolvido. Hoje, a média é de um acidente fatal para cada 100.000km rodados pela frota mundial. Quando chegar o nível quatro, chamado de autonomia avançada (um estágio antes da autonomia total), a previsão é de um óbito para cada 10 milhões de quilômetros rodados.

Embora os EUA já tenham avançado no planejamento da primeira estrada para carros autônomos, a cidade de Ulm, na Alemanha, tornou-se o centro de teste para sensores utilizados na iluminação pública e de tecnologias de conectividade.

Com até seis metros de altura, os postes são posicionados acima do tráfego urbano e proporcionam visão precisa dos cruzamentos. Fornecem informações imprescindíveis que beneficiarão carros autônomos no futuro. Apesar de equipamentos atuais (câmeras, radares e sensores lidar) oferecerem visão 360 graus, a perspectiva do solo nem sempre detecta um pedestre oculto por um caminhão, um automóvel ou ciclista surgindo de repente.

O sistema processa imagens e sinais recebidos dos sensores instalados nos postes, combina-os com mapas digitais de alta resolução e os transmite ao veículo. Lá, os dados são mesclados com informações a bordo para criar uma imagem precisa da situação, incluindo todos os usuários e objetos na rua.

A principal tarefa das comunicações móveis otimizadas não é apenas a transmissão sem fio e instantânea de dados virtuais, mas também o processamento o mais próximo possível da fonte. A tarefa é realizada por computadores integrados diretamente à rede celular. Eles combinam dados dos sensores, que estão nos poste, com informações ao redor do veículo autônomo e de mapas digitais altamente precisos. A partir disso, gera-se um modelo da situação do tráfego em tempo real e se o disponibiliza por meio do ar.

No futuro, instalações — como centros de controle do tráfego das cidades — poderão ser equipadas com estes servidores e compartilhar dados com toda a frota, independentemente do fabricante ou de outros usuários das ruas e estradas. O projeto começou em 2018 ainda com a rede celular atual LTE (4G). Mas, com a tecnologia 5G que começa a chegar agora nos países centrais, a transmissão de informações dos sensores terá latência (atraso) extremamente baixa. Tal desenvolvimento tornará o tráfego urbano não só mais seguro, como também mais fluido.

A pesquisa recebeu aporte de 5,5 milhões de euros (R$ 36 milhões) do governo federal alemão e contou com a liderança da Bosch no consórcio e apoio da Daimler, Nokia, Osram, TomTom, IT Designers e das universidades de Duisburg-Essen e Ulm.

 


 

 

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