A Fiat parece ter acertado a mão quando o assunto é a produção de sedãs compactos. Nos anos 1990 e 2000, Siena e Grand Siena foram ótimos exemplos com bom espaço interno e amplo porta-malas.
Quem tem a missão de manter o segmento aquecido, dentro da montadora italiana, é o Cronos. Entretanto, de janeiro a agosto deste ano, o modelo vendeu 10.089 unidades, amargando o 28º lugar no ranking geral. Na briga, ele ficou atrás do Volkswagen Voyage, Hyundai HB20S, Ford Ka Sedã, Volkswagen Virtus e Onix Plus.
A garagem do Vrum recebeu, recentemente, a versão Precision, com câmbio automático e carroceria pintada na cor "vermelha monte-carlo" — opcional por R$ 990. A motorização é o velho guerreiro E-Torq 1.8 flex.
Na configuração Precision, o Cronos ganha equipamentos exclusivos, como faróis de neblina, DRL, rodas 16 polegadas, piloto automático, borboletas atrás do volante, apoio para o braço, regulagem de profundidade nos bancos, revestimento em couro no volante e vidros elétricos com sistema one-touch.
Além do que vem de série, temos o "Kit Style", que acrescenta os bancos em couro ecológico e as rodas de liga leve aro 17. Por isso, você desembolsa mais R$ 3.890. Outros equipamentos, fora os citados acima, podem ser adicionados. Alguns exemplos são a câmera de ré e os airbags laterais. Equipamentos que poderiam muito bem estar embutidos no preço.
Mas, a pergunta que ficou na cabeça, durante nosso teste, era: por que o Cronos não emplaca?
O modelo da Fiat é bem acabado, com destaque para o interior. Mais do que isso, é bonito por fora e tem uma ampla gama de versões para agradar qualquer tipo de consumidor. São seis no total com com motor 1.3 ou 1.8. E é nesse último item que descobrimos o maior motivo das vendas não deslancharem.
Embaixo do capô dos concorrentes diretos habitam propulsores turbo. Virtus, Onix Plus e HB20S seguiram a onda e oferecem torque maior, em baixas e médias rotações, e menor consumo de combustível.
Os números do E.TorQ são até bons no papel: 1.8 com 139cv de potência a 5.750rpm e 19,3kgfm de torque a 3.750rpm. Porém, para extrair o máximo desse conjunto, precisamos jogar o giro para o alto, o que faz o sedã gastar mais combustível.
Como toda história tem dois lados, o Cronos é um carro legal de guiar. A suspensão do tipo McPherson, na dianteira, e com eixo de torção, na traseira, agrada bastante. Espaço também não falta. Quem senta no banco de trás vai bem e o porta-malas conta com 525 litros. A tela multimídia é touchscreen, de oito polegadas, com conexões ao Android Auto e Apple CarPlay.
O Cronos é comercializado a partir de R$ 62.290. Já a versão avaliada, com os opcionais, é tabelada em R$ 85.070. O nosso ultimato é que há solução, sim, para o Cronos galgar posições na lista dos mais vendidos do país. Basta chegarem os motores turbo (1.0 e 1.3 Firefly). A fábrica em Betim (MG) está sendo preparada para esse novo momento. O começo da produção, no entanto, é um mistério.
Em meio a isso tudo, controlar a ansiedade pode ser uma boa saída.
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