APOSTAS DIFERENTES PARA A TRANSIÇÃO ELÉTRICA

"A Daimler afirma que, até 2030, mais da metade dos seus automóveis será elétrica ou híbrida plugável, sem estabelecer percentual entre as duas alternativas"

Fernando Calmon
postado em 25/11/2020 22:37

Interessante observar as alternativas de cada um dos grandes grupos automobilísticos mundiais em relação às estratégias para a migração dos motores a combustão interna (MCI) para os elétricos. O próprio termo “eletrificado” leva a diferentes interpretações. Por exemplo, a Associação Brasileira de Veículos Elétricos inclui híbridos não plugáveis (como Corolla e outros) entre os elétricos, o que, de fato, não é, pois o MCI tem papel preponderante. Já híbridos plugáveis permitem alcance em torno de 50 quilômetros — em modo puramente elétrico. Esta solução é considerada como uma transição e há incertezas sobre quanto tempo vai durar.

As fabricantes dividem-se. A GM colocou de lado qualquer esforço em híbridos e anunciou, agora, um plano, em andamento, ainda mais ousado. Aumentou em 35%, de US$ 20 bilhões para US$ 27 bilhões, o investimento em elétricos e autônomos até 2025. Haverá 30 lançamentos e sua bateria Ultium custaria 60% menos com densidade dobrada para até 720 quilômetros de alcance.

Quase simultaneamente, o Grupo VW anunciou sua estratégia para se transformar numa empresa de mobilidade digital nos próximos cinco anos. De um plano mais amplo, decidiu alocar 35 bilhões de euros em veículos elétricos a bateria. Contudo, reservou outros 11 bilhões de euros para versões híbridas de modelos já existentes. Até 2030, pretende fabricar 20 milhões de elétricos e sete milhões de híbridos plugáveis.

Os grupos Daimler (dono da Mercedes-Benz e Smart) e Geely (fabricante chinesa que controla a Volvo Cars) decidiram juntar forças para desenvolver trens de força altamente eficientes para aplicações híbridas a gasolina. A Daimler afirma que, até 2030, mais da metade dos seus automóveis será elétrica ou híbrida plugável, sem estabelecer percentual entre as duas alternativas.

Por outro lado, a China (seguindo o Japão)resolveu ampliar sua aposta em pilha a hidrogênio, o que implicará construir rede de abastecimento totalmente diferente daquela para recarregar baterias. O dono da Tesla, Elon Musk, chegou a ridicularizar a ideia dizendo que ela “nunca dará certo”.

Com tantas incertezas envolvendo a transição, ainda há o etanol, no Brasil, que pode trilhar a terceira via com motores híbridos plugáveis ou pilha a hidrogênio obtido diretamente do combustível vegetal em um posto convencional.

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