Em tempos da pandemia da covid-19, virou moda apresentar os novos modelos do setor automotivo em etapas, no estilo conta-gotas. E, com o Volkswagen Taos, novo SUV médio da marca produzido na fábrica de General Pacheco, na Argentina, não é diferente. A montadora revelou as dimensões do modelo e itens de sua lista de equipamentos, mas sem revelar quais serão de série e os opcionais. O objetivo é oferecer um produto com conteúdo e preço competitivo para fazer frente ao Jeep Compass, o líder do segmento.
De acordo com a VW, o Taos tem 4,46m de comprimento, 1,84m de largura, 1,62m de altura e 2,68m de distância entre-eixos. Com boa altura em relação ao solo, o SUV tem vão-livre de 18,5cm na dianteira, 24,6cm entre os eixos e 20,6cm na traseira. O ângulo de entrada é de 19 graus e o de saída, 26,3 graus, sendo 20,1 graus para transpor rampas. O volume do porta-malas, considerando até a altura do encosto do banco traseiro, é de 498 litros, e o tanque de combustível tem capacidade para 51 litros. A VW chama a atenção para o fato de o Taos ter 4,4cm a mais de distância entre-eixos e um porta-malas 88 litros maior que o Jeep Compass.
Com seus 1.420 quilos de peso, o VW Taos tem desenho sóbrio, seguindo as linhas de outros modelos da marca. O carro chegará para se posicionar entre o T-Cross e o Tiguan Allspace, e deverá ter preços entre R$ 140 mil e R$ 170 mil. A Volkswagen não revelou quais serão as versões do Taos, mas adiantou que o modelo terá uma linha bem enxuta.
O que se sabe é que todas as versões serão equipadas com o sistema multimídia VW Play, com tela tátil de 10 polegadas, e rodas de liga leve de 18 polegadas, calçadas com pneus 215/55 R18. As suspensões são McPherson na dianteira e multilink na traseira, com barra estabilizadora. Os freios são a disco nas quatro rodas, com a eletrônica habitual.
Segurança
O VW Taos terá também o stop/start, que desliga e religa o motor em paradas, para economizar combustível, sendo que o sistema pode ser desativado. Tem ainda o seletor de perfil de condução, com os modos Eco, Normal, Sport e Individual, interferindo nos ajustes da direção, motor e transmissão, respostas do Adaptive Cruise Control (ACC) e na iluminação interna, que pode ter diferentes cores.
Outro item de série comum em todas as versões será o freio de estacionamento eletromecânico, que traz a função segurança de rolagem, que aciona o sistema assim que a porta do motorista é aberta, em velocidade menor que 3km/h. Tem ainda o assistente dinâmico de partida, que libera o freio de estacionamento automaticamente assim que o motorista pisa no acelerador.
O Volkswagen Taos terá, ainda, importantes itens de auxílio à condução, provavelmente disponíveis para a versão topo de linha. A lista começa com o Adaptive Cruise Control (ACC), que mantém o SUV em uma distância de segurança em relação ao veículo que está à frente, freando ou acelerando conforme a necessidade. Já o Front Assist usa um radar que mede a distância em relação ao veículo da frente e ao constatar a possibilidade de colisão, diminui a velocidade ou aciona o freio até parar.
Mecânica
O Autonomous Emergency Brake (AEB) conta com o City Emergency Brake, com detecção de pedestre e alerta de colisão com veículos ou objetos parados. Tem ainda a função de frenagem de manobra, que atua quando o motorista está saindo de uma vaga, por exemplo, e não percebe a aproximação de outro veículo. Esse sistema atua entre as velocidades de 1,5km/h e 10km/h. Função semelhante do Rear Cross Traffic Alert, que, em manobras de ré, detecta a aproximação de outros veículos a uma distância de 20 metros, emitindo um alerta sonoro ou acionando a frenagem automática.
Já o Post Collision Brake evita colisões sequenciais, ou seja, depois da primeira batida o sistema aciona o freio, impedindo que o SUV continue fazendo estrago. E, por último, o Taos terá o Detector de Fadiga, que, por meio de sensores, percebe a desatenção do motorista e aciona alertas, sugerindo que ele pare para descansar.
A Volkswagen já havia revelado que, sob o capô do Taos, estará o motor 250 TSI total flex. Trata-se do 1.4 turbo, com potência máxima de 150cv a 5.000rpm e torque máximo de 25,5kgfm a 1.500rpm. Além do turbo, o propulsor conta com injeção direta de combustível, proporcionando bom torque em baixas rotações. O câmbio é o também conhecido AQ 250, automático de seis velocidades, com trocas sequenciais Tiptronic, que podem ser feitas pelos shifts paddles atrás do volante. Com esse conjunto, o VW Taos acelera até 100km/h em 9,3 segundos, com máxima de 194km/h.
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Nova linha da Strada
A Fiat confirmou que, no início de janeiro, deixou de produzir a Strada Hard Working, única versão da picape campeã de vendas que ainda usava a carroceria da geração anterior. Com isso, a versão de entrada passa a ser a Endurance 1.4 flex, cabine simples, que tem preço próximo aos R$ 70 mil. O motivo do fim da linha seria o baixo volume de vendas, devido à migração dos clientes para a nova geração da Strada. Mas há rumores de que a Fiat deve lançar uma nova versão de entrada no segundo semestre, quando também apresentará o câmbio CVT na versão de topo de linha.
A história da Fiat Strada começou lá em 1998 e, de lá para cá, o modelo passou por modificações de estilo e mecânicas, ganhando conteúdo e conquistando cada vez mais admiradores. Tanto é que o modelo se tornou o campeão de vendas do segmento, deixando a concorrência bem para trás. Em 2020, um ano atípico, foram 80.041 unidades, enquanto a VW Saveiro, sua concorrente mais forte, teve 30.965 emplacamentos. Na prática, a Strada é a picape mais vendida no Brasil, superando os modelos intermediários (Toro e Oroch) e os médios.
E, no primeiro mês de 2021, a Fiat Strada manteve a liderança no segmento, com 9.232 unidades emplacadas. No ranking geral, é o segundo modelo mais vendido no país, perdendo apenas para o Chevrolet Onix, que, em janeiro, vendeu 10.567 unidades. De acordo com a Fiat, a Strada Hard Working teve que sair de linha “em função do sucesso da nova Strada”. A versão de entrada com a carroceria antiga tinha apenas 3% de participação nas vendas da picape compacta, argumento suficiente para decretar o seu fim de linha. A queda nas vendas foi comprovada com a migração dos clientes para a nova geração da picape, que passou a ter a Endurance 1.4 cabine plus como a nova versão de entrada, com capacidade de carga de 720kg, vendida a R$ 67.490.
Questionada sobre o possível lançamento de outra versão de entrada na nova geração, a Fiat não diz que sim, nem que não. A informação oficial é de que ainda não existe uma definição sobre uma nova versão de entrada, mas, se isso acontecer, será no segundo semestre, com o lançamento do câmbio CVT na Strada Volcano cabine dupla, versão topo de linha, como modelo 2022.
Fernando Calmon
www.fernandocalmon.com.br
Elétricos: rumo certo, ritmo incerto
O mundo do automóvel continua em meio a um turbilhão de acontecimentos, dúvidas, previsões, novas parcerias. E tudo, obviamente, em meio a uma pandemia fica ainda mais difícil de analisar ou prever. No entanto, os planos são apresentados e merecem atenção. Afinal, com o meio ambiente não se brinca, apesar da distância entre querer e poder.
Na semana passada, a GM distribuiu nos Estados Unidos um comunicado importante. Pretende eliminar as emissões, tanto de CO² quanto dos poluentes regulados, em novos veículos leves até 2035. Para isso, planeja fabricar a partir daquele ano exclusivamente modelos 100% elétricos. Até mesmo o novo logotipo da companhia tem um “m” minúsculo estilizado, que lembra um conector elétrico.
A empresa, porém, foi cuidadosa ao afirmar que continuará a melhorar seus produtos atuais. Afinal, estes representam mais de 95% de suas vendas hoje, nos EUA. Também pretende promover a aceitação dos consumidores de automóveis, crossovers, SUVs e picapes. Fica nas entrelinhas que, em um país de dimensões continentais, pode haver alguma cautela ou incerteza. Em um intervalo de 15 anos, virar a cabeça de 100% dos motoristas não será fácil.
Em outra parte do comunicado, a GM reconhece que, “embora os veículos elétricos em si não emitam gases, é fundamental que sejam carregados com eletricidade gerada por fontes renováveis, como eólica e solar”. Esse ponto, aliás, tem sido negligenciado em muitas discussões.
Por mais de uma vez, venho apontando os desafios que isso representa. O engenheiro Ricardo Abreu, da consultoria Bright, escreveu em artigo recente: “Hoje, solar e eólica respondem por apenas 3% da energia total gerada no planeta e demoraremos décadas para que essa participação se torne razoável.”
No mesmo artigo, ele lembra que um híbrido a etanol produzido no Brasil é competitivo em termos de emissão de CO² se comparado a um automóvel elétrico. Para isso, deve-se avaliar todo o processo desde a produção do veículo e seus componentes, principalmente a bateria, durante pelo menos 100.000 km em uso urbano. Antonio Filosa (Stellantis) e Pablo Di Si (VW) também já manifestaram esse ponto de vista. Em resumo, o rumo para a era elétrica é o correto, mas o ritmo está sujeito a condicionantes de país a país.
Computação em nuvem: novo campo de batalha
A rivalidade histórica entre as marcas GM e Ford acaba de se estender à nuvem. Esta é uma realidade que afeta o dia a dia de todos nós com o avanço dos gigantes da tecnologia, mudando, definitivamente, o modo de como vivemos ou consumimos. Amazon, Apple, Google e Microsoft cresceram a um ponto que se tornou impossível o setor industrial dispensar uma colaboração íntima.
Tudo acontece rápido. Há menos de um mês, a GM estendeu sua parceria para carros autônomos, em associação com a Cruise e a Honda, à Microsoft. Esta disponibilizou sua plataforma em nuvem Azure. A colaboração será ampla desde aumentar a produtividade até encurtar o tempo para introdução de novos serviços de mobilidade.
Agora, veio a resposta da Ford ao anunciar parceria com o Google e seu sistema operacional Android Auto tão popular nos smartphones, a partir de 2023. O sistema Sync da fabricante também poderá ser mais fácil de operar. O acordo inclui os serviços em nuvem. No entanto, a subsidiária Waymo, do Google, focada em carros autônomos, continuará sua colaboração com a antiga FCA, hoje Stellantis nos EUA.
A Apple, por sua vez, uma empresa que adora ser misteriosa, aproximou-se da Hyundai para construir o que se especula ser um “veículo”. Pouco se sabe sobre estes planos, mas o grupo sul-coreano, depois de comemorar, parece, agora, algo reticente sobre os rumos do acordo. Como a indústria automobilística, nem de longe, pode reproduzir o retorno financeiro a que as “supertechs” já se acostumaram, será muito interessante observar os próximos passos.
Queda das vendas em janeiro é irrelevante
Janeiro último teve um impacto inesperado com o fechamento de todas as concessionárias da capital paulista, no último fim de semana do mês, para atender o lockdown do governo estadual. A maior região metropolitana do país responde por quase um quarto de todas as vendas do mercado brasileiro.
Conforme já ressaltei aqui, o indicador realmente relevante é o comportamento das vendas diárias, associado ao número de dias úteis, quando se executam os emplacamentos. Elas indicam as tendências e estão menos sujeitas a sazonalidades.
De novo, foi o caso do mês passado, com média diária de 8.196 unidades, ou apenas 1,9% menos que janeiro de 2020. No ano passado, houve 22 dias úteis em janeiro e, neste ano, apenas 20.
As vendas de caminhões apontam para uma recuperação forte em 2021, confirmando previsões de crescimento do PIB do país. “Alguns modelos de caminhões só serão entregues em junho”, comentou Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave.