Elas eram muito amigas e faleceram no mesmo dia, segunda-feira (24/07). A cerimônia de despedida das duas foi aberta ao público.
Leny Andrade, referência nos gêneros musicais do samba, jazz e bolero, morreu devido a complicações de pneumonia e broncopatia inflamatória.
Aos 80 anos, a artista estava em tratamento no Hospital de Clínicas de Jacarepaguá, situado na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Leny vinha se recuperando de uma pneumonia desde junho, quando precisou ser entubada. Após receber alta, ela passou a receber cuidados no Retiro dos Artistas até precisar ser internada de novo, na semana passada.
Por sua vez, a cantora Dóris Monteiro faleceu aos 88 anos em sua residência, devido a causas naturais, conforme informado pela família.
As duas serão cremadas na tarde desta terça (25/07) no Centro do Rio.
A notícia do falecimento de Leny Andrade foi compartilhada com os fãs por meio de uma nota nas redes sociais.
Nascida e criada no Rio de Janeiro, berço da bossa nova e do samba, Leny Andrade é um dos grandes nomes da música brasileira.
Ela gravou sua última música em 2022, uma composição de 1957 dos renomados Antonio Carlos Jobim e Dolores Duran.
Ao longo de sua carreira, Leny lançou 34 álbuns entre 1961 e 2018, com destaque para obras como 'A sensação' (1961) e 'Estamos ai' (1965).
A cantora era amiga do cantor americano Tony Bennett, que chegou a desenhá-la em uma homenagem. Bennett faleceu na última sexta-feira (21/07).
Leny Andrade foi intérprete de compositores como Antonio Carlos Jobim, Djavan, Ivan Lins, Roberto Menescal, entre outros ícones da música brasileira.
A cantora, que tinha o Flamengo como time do coração, chegou a morar no México, nos Estados Unidos e em vários países europeus.
Considerada pelo New York Times como uma mistura de Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald da bossa nova, Leny Andrade recebeu o Grammy Latino em 2007 em parceria com César Camargo Mariano.
Dóris Monteiro nasceu no Rio de Janeiro e iniciou sua carreira como cantora profissional na adolescência, no final dos anos 40. Na década de 50, ela se tornou uma das maiores intérpretes do Brasil.
Em 1951, gravou seu primeiro álbum e, no ano seguinte, foi coroada 'Rainha dos Cadetes'.
Sua voz suave destacou-se em um cenário ainda dominado por interpretações sentimentais, seguindo os passos de grandes cantoras como Angela Maria e Dalva de Oliveira.
Alguns dos sucessos foram 'Se você se importasse' (Peter Pan, 1951) e 'Dó ré mi' (Fernando César, 1955). Durante os anos 1950, Dóris se consagrou como uma das principais vozes femininas do país.
Além de sua carreira musical, Dóris também atuou no cinema, participando de pelo menos dez filmes ao lado de nomes como Mazzaroppi, José Lewgoy e Tônia Carrero.
Durante as décadas de 1960 e 1970, a carreira de Dóris Monteiro evoluiu para um estilo mais maduro, e ela deu voz a composições de artistas renomados como Roberto Menescal, Vinícius de Moraes, Roberto Carlos e Erasmo Carlos, entre outros compositores.
Em seu último trabalho, no início de 2020, Dóris uniu-se a Claudette Soares e Eliana Pittman para a gravação de um álbum referente ao show intitulado “As divas do sambalanço”.