MÚSICA

5ª geração? Entenda as divisões dos grupos de K-pop


Dos anos 1990, com o nascimento do gênero musical, à chegada de ídolos virtuais e grupos globais, conheça a forma como artistas de pop sul-coreano são separados e as principais características de cada fase

Por Lara Perpétuo
Museu Nacional do Folclore da Coreia; Starnews; Divulgação/SM Entertainment

Uma indústria de mudanças

A indústria do pop sul-coreano se reinventa a cada dia. Às vezes, com a chegada de um novo grupo, as mudanças são tão perceptíveis que destoam de características de conjuntos que debutaram pouco tempo antes

Korean Culture and Information Service/CC

Gerações

A partir de diferenças com grupos passados e semelhanças com os que vêm depois, estabelecem-se gerações. Não se engane, porém, com nomenclaturas como X, Millenials ou Z — o ritmo e os motivos das divisões do K-pop não são os mesmos

Divulgação/SM Entertainment

De dentro para fora

A revista americana 'Nylon', que entrevistou um professor da Universidade do Estado do Arizona especialista em cultura pop coreana, explica que a mudança de gerações tem mais a ver com movimentos internos à indústria

CC/Wikimedia Commons

Processo gradual

Esses movimentos podem estar relacionados a desde mudanças na cultura dos fãs a mudanças em tendências e táticas de marketing. Assim, explica a publicação, a transição entre gerações é processo gradual, e não instantâneo

LG/Flickr

Transição

Por isso mesmo, às vezes torna-se difícil definir alguns grupos transitórios — a exemplo dos recentes ZEROBASEONE, RIIZE e NewJeans — como sendo de uma geração específica; muitas vezes conjuntos se encontram em um meio termo

Reprodução: Instagram

Fãs

De acordo com o professor Areum Jeong, fãs têm grande poder na definição de gerações, uma vez que a forma com que eles se relacionam com os respectivos grupos favoritos contribui com a maneira como estes responderão

Reprodução

1ª geração

O nascimento do K-pop, segundo especialistas, ocorreu em 1992, com o surgimento do grupo Seo Taiji and Boys, considerado o primeiro do gênero. Em atividade até 1996, eles inauguraram a geração que contemplou conjuntos como HOT, SES e Shinhwa

Museu Nacional do Folclore da Coreia

Off-line e nacional

A 1ª geração era centrada em fã-clubes off-line e domésticos. 'Não havia internet, nem celulares, nem leis sobre privacidade', diz Jeong. 'Agendas dos ídolos e eventos de fãs eram todos distribuídos por uma caixa postal telefônica.'

Museu Nacional de Folclore da Coreia

Expoentes

Como expoentes da 1ª geração, além dos que a iniciaram, estão os solistas BoA, conhecida como ‘rainha do K-pop', e PSY, intérprete de ‘Gangnam style’ — apesar de a música ser de 2009, o cantor debutou em 2001

2ª geração

De meados dos anos 2000 até o início dos anos 2010, quando o K-pop se tornou mais popular tanto nacional quanto internacionalmente, foi a vez da 2ª geração — em que surgiram os famosos lightsticks e photocards

CC/Wikimedia Commons

MP3 e blogs

Blogs pré-Facebook e a popularização dos MP3 e de programas de compartilhamento de arquivos foram decisivos para novas formas de comunicação com fãs, a partir das três principais empresas do cenário: SM, YG e JYP Entertainment

Divulgação

Expoentes

'Grupos de idol como os conhecemos hoje', segundo Jeong, surgiram por essa época — Super Junior; TVXQ!; 2NE1; SHINee; BIGBANG, primeiro a ter um lightstick, em 2006; e Girls' Generation, que lançou os photocards colecionáveis, em 2010

Reprodução/Redes sociais

3ª geração

Entre 2012 e 2017, estabeleceu-se a 3ª geração. Foi nesse período que o K-pop atingiu o status de fenômeno global e registrou números expressivos em mercados como os Estados Unidos

AFP

Redes sociais e relacionamentos parassociais

Twitter, YouTube e outras redes possibilitaram o crescimento da intimidade no relacionamento entre fã e ídolo. Aqui, os artistas passam de intocáveis a pessoas reais; e os fãs passaram de apenas consumidores a produtores

CC/Wikimedia Commons

Expoentes

Alguns dos grupos mais famosos do gênero surgiram nesta geração, com foco na diversidade para além da Coreia: BTS, TWICE, Red Velvet, GOT7, NCT, Seventeen, EXO e Blackpink — com integrantes de outros países, como Tailandia e China

Reprodução/Instagram

4ª geração

Com o K-pop já consolidado internacionalmente, a 4ª geração surgiu em 2018 e foi até meados de 2022, apoiada no avanço da tecnologia incentivada pela pandemia, a partir de 2020 — eventos e até ídolos virtuais passaram a ser realidade

SM Entertainment

Comunidades e metaverso

Nesta geração, formam-se comunidades: antes, explica Jeong, 'fãs só assistiam ídolos ou conteúdo de ídolos, mas agora assistem a outros fãs' — inclusive fãs que são famosos por conteúdos próprios. Surgem, também, universos on-line

Reprodução

Expoentes

Alguns dos principais conjuntos da 4ª geração incluem aespa, que tem o próprio metaverso, Stray Kids, TXT, ITZY, IVE, Le Sserafim, Enhypen, NewJeans, LOONA e ATEEZ

CC/Wikimedia Commons

5ª geração

Por ser recente, ainda não há consenso sobre o início exato da 5ª geração, nem sobre as características que a rodeiam, mas é fato que ela já está entre nós

Reprodução/YouTube

Grupos globais

Uma tendência que indica a mudança é a presença de grupos globais, com integrantes de países não apenas asiáticos, baseados nos moldes do K-pop. As empresas JYP e HYBE, por exemplo, lançaram programas para formar conjuntos internacionais

Divulgação/HYBE

Expoentes

Alguns consideram ZEROBASEONE, RIIZE e BABYMONSTER pioneiros da 5ª geração, que teria iniciado em 2023. Outros grupos lançados no mesmo ano sequer são considerados K-pop, como o XG, formado por japonesas, e o KATSEYE, com integrantes da Coreia, EUA e Suíça

Divulgação