Minas Gerais

O mineiro que venceu uma batalha de dança contra o 'Capeta do Vilarinho'


Era 1988, em Belo Horizonte, quando Ricardo Malta ganhou um concurso de dança nas Quadras da Vilarinho após ter competido com o místico 'Capeta de Vilarinho'

Por João Ribeiro
Reprodução/Instagram (@dj_ricardomalta)

Quadras da Vilarinho

Ricardo Malta decidiu participar de um concurso de dança, sem pretensões de ganhar, nas Quadras da Vilarinho, em Belo Horizonte. Ele notou quando um desconhecido — descrito como esguio, com olhos muitos claros, e totalmente seguro de si —, escolheu uma das mulheres mais bonitas do baile e decidiu entrar no concurso

Reprodução/Quadras do Vilarinho

O desconhecido

'Ele chamava a atenção pelo estilo, pela postura também. Esguio, alto, usava chapéu, tinha olhos muito claros. Chegou, dançando sozinho, mas na época tinha muito casal. Chamou uma das meninas mais belas para dançar', relembra Malta ao jornal 'Estado de Minas'

Reprodução/Freepik

Derrota

O dançarino tinha domínio completo dos passos que executava na pista de dança e mantinha um ar de superioridade quando estava no local — o que se quebrou com o anúncio do vencedor. Malta viu que o perdedor estava frustrado e havia jogado o desprezo para cima da companheira de dança, como se a culpa fosse dela

Reprodução/Freepik

Os chifres

Uma música lenta começou a tocar e, durante uma dança romântica, a mulher que estava com o perdedor acariciou o rosto dele e, sem querer, derrubou o chapéu do dançarino, revelando duas coisas pontiagudas na cabeça, que foram associadas a chifres

Reprodução/Freepik

Patas de bode

Ao olhar para baixo, a mulher gritou ao notar os pés do homem, que eram peludas e com cascos nas pontas, como se fossem patas de bode. Os homens presentes no baile pensou que o dançarino havia agredido a mulher e correram atrás dele, que se escondeu no banheiro

Reprodução/Freepik

Sumiço

Ao entrar no banheiro, o grupo de homens ficou surpreso por não encontrar o 'Capeta'. A única coisa de diferente que havia ali era um forte cheiro de enxofre. Anos depois, correram noticias de que o dançarino havia sido visto em outras áreas da capital, mas nunca mais nas Quadras da Vilarinho

Reprodução/Freepik

Ricardo Malta

Formado em relações públicas, atualmente Malta é professor de inclusão em cursos oferecidos pela PUC Minas, promoter, sonoplasta, programador de sites e responsável por mixagens no programa 'Só remix', da Web Disco Funk. Também é dançarino e DJ nas horas vagas

Marcos Vieira/EM/DA Press

Perda da visão

Em 2003, Malta perdeu completamente a visão, o que resultou em um afastamento da dança. Mas a história mudou em 2005, quando recebeu o convite de se apresentar em um evento, e decidiu enfrentar o desafio de dançar mesmo sem enxergar. A experiência foi um sucesso e se repetiu diversas vezes nas décadas seguintes.

Marcos Vieira /EM/DA. Press