Enquanto a maior parte do mundo vive em 2025, a Etiópia se encontra em um ano diferente: 2017. Essa peculiaridade temporal intriga muitos, mas é um reflexo da rica história e cultura do país africano. A diferença de cerca de oito anos em relação ao calendário gregoriano nos convida a uma viagem no tempo
PixabayO sistema de contagem do tempo na Etiópia é conhecido como calendário de Ge’ez. Ele tem suas raízes em um antigo sistema, o calendário alexandrino, que vem do Egito antigo. Este sistema não é apenas uma curiosidade: é um calendário oficial amplamente utilizado em todo o país, moldando o dia a dia de seus habitantes
PixabayA principal razão para essa diferença temporal está na forma como o nascimento de Jesus Cristo é calculado. Enquanto a Igreja Católica concretizou seus cálculos por volta do ano 500 d.C., a Igreja Ortodoxa Etíope optou por manter o cálculo original. Essa decisão histórica criou uma divergência que persiste até hoje, mantendo a Etiópia em seu próprio ritmo
PixabayDiferente dos 12 meses que conhecemos, o calendário etíope tem 13 meses. Doze desses meses têm exatamente 30 dias. O 13º mês, chamado 'Pagum?', é um período mais curto, com cinco dias em anos comuns e seis em anos bissextos. Esse mês adicional funciona como uma transição, alinhando o calendário ao ciclo solar
PixabayO ano novo etíope, conhecido como Enkutatash, não é celebrado em 1º de janeiro. Em vez disso, a festividade ocorre em 11 ou 12 de setembro, marcando um momento de renovação. Essa data coincide com o fim da estação chuvosa e o início da primavera, quando a flor 'adey abeba' floresce, simbolizando a sorte e as bênçãos para o novo ciclo
PixabayAlém do calendário, a Etiópia também tem um sistema de horas peculiar. O dia é dividido em dois turnos de 12 horas, começando às 6h da manhã, que é considerado o 'início do dia'. Isso significa que o que para nós é meio-dia, para eles é 18h. Essa forma de contar o tempo funciona bem devido à proximidade do país com a linha do Equador, onde a variação da luz do dia é mínima
PixabayO calendário Ge'ez é mais do que um sistema de contagem, é um símbolo de orgulho e identidade nacional. Ao longo de sua história, a Etiópia resistiu à colonização, mantendo suas tradições culturais intactas. O uso desse calendário em escolas, órgãos públicos e documentos oficiais reforça a singularidade e a resiliência de um povo que valoriza profundamente suas raízes
PixabayEstagiária sob supervisão de Ana Raquel Lelles