O Tribunal de Justiça de Paris absolveu as duas empresas por considerar que, embora tenham cometido 'falhas', não foi possível demonstrar, com certeza, a sua culpa no acidente.
No acidente, todas as 228 pessoas a bordo morreram: 12 tripulantes e 216 passageiros (sendo 126 homens, 82 mulheres, 7 crianças e 1 bebê). Na foto, algumas das vítimas.
O avião tinha decolado do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, às 19h29 de 31/5/2009.
Seu destino era o Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, na França.
Mas 3 horas e 45 minutos após a decolagem, o avião caiu no mar, a 820 km do arquipélago de Fernando de Noronha.
Os primeiros destroços foram encontrados dois dias depois do acidente.
As caixas pretas só foram localizadas depois de dois anos. Elas estavam a quase 4 mil metros de profundidade.
O avião tinha Marc Dubois como comandante; David Robert e Pierre Bonin, ambos na função de primeiro oficial. Na foto, da esquerda para a direita, Dubois, Robert e Bonin.
Durante as investigações, ficou constatado que o piloto mais novo, Bonin, é que estava no controle (o comandante dormia) e decidiu encarar uma tempestade.
Outros aviões já tinham mudado de rota para evitar essa tormenta, perto da Linha do Equador, na chamada Zona de Convergência Intertropical.
Os tubos de pitot — que ficam na dianteira do avião, do lado de fora, e medem a velocidade da aeronave — congelaram e deixaram de enviar informações para a cabine. Com isso, o piloto automático deixou de funcionar.
No modo manual, Bonin resolveu erguer o nariz do avião. A aeronave perdeu sustentação e velocidade. E começou a despencar.
Durante 4 minutos e 23 segundos o avião caiu com o nariz apontado pra cima até se chocar com o mar.
Famílias das vítimas exigiram na Justiça que a Airbus fosse punida pela falta de troca dos pitots, que já haviam apresentado problemas antes.
E culparam a Air France pela falta de treinamento de pilotos para aquele tipo de situação.
Dos 228 mortos, 58 eram brasileiros.
Também houve modernização dos tubos de pitot e aumento do tempo de localização das caixas pretas por emissão de sinal, entre outras questões técnicas.
A decisão da Justiça indignou parentes das vítimas. Danièlle Lamy é a presidente da associação e disse que todos estavam esperando por um julgamento imparcial, e que ficaram enojados com a notícia da absolvição.