Pedro tinha 1 ano e sofria de Doença Granulomatosa Crônica, que afeta o sistema de defesa do organismo. .
Com essa doença, as células têm dificuldade para combater vírus e bactérias. E isso leva à formação dos chamados granulomas (foto) - pequenos nódulos com inflamação
O transplante de medula óssea tinha sido indicado justamente porque a doença da criança causava uma predisposição para infecções.
Conforme consta no processo, o bebê deu entrada no hospital porque precisava de uma preparação com quimioterapia (foto ilustrativa)
O procedimento era necessário para que pudesse se submeter a um transplante de células-tronco. A família alega que a criança estava bem (foto ilustrativa)
Após a aplicação do medicamento, o bebê começou a sentir dores na barriga e a situação foi se agravando (foto ilustrativa).
Uma das principais queixas da família se refere à ausência da médica, que orientava os enfermeiros por telefone (foto ilustrativa).
O hospital afirma que, embora a médica estivesse ao telefone, passou o tempo inteiro as orientações necessárias para o atendimento.
O hospital nega que tenha havido negligência e diz que a criança contou com assistência de equipe multidisciplinar.
Entretanto, o laudo da perícia que foi incluído na ação judicial afirma que o bebê não foi avaliado por nenhum médico durante seis horas, mesmo já estando já com o abdômen 'tenso' e taquicardia (coração acelerado) - (foto ilustrativa)
Durante a internação, a criança recebeu escopolamina (para cólicas) e dipirona, mas, como as dores não cessavam, foi aplicada morfina por duas vezes.
O bebê sofreu mais de uma parada cardiorrespiratória enquanto sua situação foi se complicando .
A desembargadora Hertha Oliveira, relatora do processo, disse: 'É estarrecedora a conduta da médica diante dos sintomas apresentados pelo menor'.
Ela destacou que a atitude da médica espanta 'principalmente considerando queo procedimento pelo qual a criança estava sendo submetida era delicado, bem como o fato de que a doença de base, por si só, já aumentava as chances de dano intestinal'.
A decisão da Justiça já foi dada em segunda instância, ou seja, após recurso do hospital diante do êxito da família na etapa inicial do processo.