O jornal Estado de Minas observou que a última mensagem política teria sido em 11/8 quando ela criticou Lula: 'O petista foi à França, Roma e ao Vaticano desde que assumiu, passou 33 dias visitando 12 países'
Na verdade, Regina chegou a publicar post em defesa da deputada Carla Zambelli, alvo de operação da Polícia Federal, no dia 22/8: 'Muita fofoca maldosa rolando contra minha amiga em todos os níveis', disse.
Até 7h30, deste dia 25/8, não havia outras mensagens de teor político na segunda quinzena de agosto. De forma geral, a atriz vem se limitando a comentários sobre família, como o aniversário da neta, fotos de animais e artes.
A mudança de postura mexeu com bolsonaristas e um deles cobrou de forma direta: 'Regina do céu, vão prender o mito!!! Você tá acompanhando a CPI? Temos de ajudá-lo', disse, referindo-se à investigação sobre as joias e quebra de sigilo autorizada pelo STF.
Recentemente, Regina Duarte tinha voltado a ser advertida pelo Instagram sobre a publicação de fake news. Ela publicou que, na invasão às sedes dos Três Poderes, em 8/1, a esquerda teria colocado blackblocks para fazer o quebra-quebra. O Instagram avisou que apuração isenta concluiu que a informação é falsa.
Na ocasião, ela também chamou o ministro da Segurança e Justiça, Flávio Dino, de 'mentor do golpe', atribuindo a ele o planejamento dos atos. Mais uma informação considerada fake.
Algumas vezes, a rede social já colocou aviso a quem entra no Instagram da atriz: 'Tem certeza que deseja seguir reginaduarte? Esta conta publicou repetidamente informações falsas que foram analisadas por verificadores de fatos independentes ou que eram contra nossas Diretrizes da Comunidade', avisa o Instagram.
Neste post, por exemplo, o tema também tinha sido os atos antidemocráticos em Brasília. Regina postou mensagem que o Instagram alertou como falsa.
As posições políticas de Regina causaram atrito até em casa. A atriz Gabriela Duarte, sua filha, chegou a deixar de segui-la quando Regina se negou a criticar a invasão dos Três Poderes, em Brasília. Porém, no Dia das Mães, Gabriela homenageou a mãe e disse que elas não falam mais de política em casa.
Parece que a estratégia está dando certo. Em 5/8, Gabriela postou foto no colo da mãe, ambas sorridentes, e escreveu: 'Como é gostoso esse colo'.
Em julho, ao reafirmar seu apoio a Bolsonaro após o ex-presidente tornar-se inelegível, Regina surpreendeu ao revelar que já votou em Lula. E explicou o motivo.
Regina contou que foi em 1989, nas eleições presidenciais, quando, na visão da atriz, Lula 'parecia menos maluco' que o concorrente Fernando Collor (que acabou vencendo e depois renunciou diante do processo de impeachment).
A atriz já comprou briga com famosos que apoiam Lula. Em junho, ela criticou o youtuber Felipe Neto, a cantora Anitta e o ator Bruno Gagliasso (foto). 'Nem a manipulação barata/relâmpago pra redução sintética no preço dos automóveis ZERO sem mexer nos impostos exorbitantes, ajudou. Brasil segue colhendo as consequências de um governo trágico', ela postou.
Regina foi secretária especial de Cultura no governo de Bolsonaro, de março a maio de 2020. Mas mesmo fora do governo manteve as publicações de apoio a ele, contra os adversários políticos.
Na época em que Lula completou 100 dias no poder, Regina também provocou o apresentador William Bonner. Em reportagem do Jornal Nacional, o senador Rogério Marinho dizia que nos 100 dias , o Congresso não havia recebido qualquer projeto do governo.
Após o Jornal Nacional divulgar a informação, Regina escreveu: 'Parece que o Bonner ficou triste. Já está sendo levado a falar a verdade, não dá pra criar um universo paralelo em nossa dura realidade, né? ', ela debochou.
Regina também causou uma enxurrada de críticas ao debochar do sofrimento dos indígenas yanomami, cujas imagens de crianças e adultos desnutridos escandalizaram o mundo.
Abaixo de uma ilustração de uma criança, ela escreveu: 'A infância desamparada dos Ianomamis, uma gente criada à base de mandioca, feijão, verduras e peixe'.
O ator José de Abreu disse que Regina 'não vale nada'
Regina Duarte é uma das maiores atrizes do Brasil, com papéis antológicos, como a Viúva Porcina em 'Roque Santeiro'.