Vamos relembrar o caso. A Guarda Costeira dos EUA confirmou, no dia 22/6, que o submersível “Titan” implodiu matando todos os cinco tripulantes que estavam a bordo.
Pela manhã, uma notícia de que destroços haviam sido encontrados causou apreensão em muitos que aguardavam novos desdobramentos.
Ainda segundo a Guarda Costeira, a implosão foi confirmada porque a cabine que protegia as pessoas da pressão da água foi perdida no oceano.
As partes foram encontradas a cerca de 500 metros dos destroços do Titanic.
Os destroços foram encontrados por um robô não tripulado americano, chamado Odysseus 6K, levado por um navio canadense.
No total, havia cinco pessoas a bordo do submarino, entre elas o bilionário britânico Hamish Harding, de 59 anos.
Segundo a “OceanGate”, empresa fabricante do “Titan”, o submarino podia chegar a 4 mil metros de profundidade e alcançava uma velocidade de 5,5 km/h. Ele media 6,7m de comprimento e pesava cerca de 10 toneladas.
O próprio CEO da empresa que realiza a expedição, Stockton Rush, estava entre os passageiros.
A esposa do CEO, Wendy Rush, era descendente de um casal que morreu na tragédia do Titanic, em 1912. Inclusive, os dois foram retratados no filme de 1997.
O especialista em submarinos David Lochridge, que trabalhou para a OceanGate, chegou a alertar sobre possíveis problemas de segurança em 2018.
Na época, ele alertou que havia falhas no casco de fibra de carbono do Titan que poderiam passar despercebidas sem testes mais rigorosos. A OceanGate demitiu Lochridge por revelar informações confidenciais.
O submersível, conhecido como “Titan”, que transportava o grupo para explorar os destroços do Titanic, desapareceu no dia 18/6.
A capacidade de submersão do Titan era de 96 horas (4 dias). O oxigênio provavelmente teria acabado na manhã de 22/6, por volta das 7h, caso o submersível estivesse intacto.
A perda de contato com o Polar Prince – barco que fica na superfície – ocorreu cerca de 1 hora e 45 minutos depois do mergulho em direção ao local do naufrágio.
Após a descida ao fundo do oceano, o Titan estabelecia comunicação enviando sinais a cada 15 minutos.
A última mensagem desse tipo foi recebida pelo Polar Prince quando o veículo já se aproximava dos destroços do Titanic, a cerca de 3.810 metros de profundidade.
Essa informação indicava que o Titan poderia estar localizado 3.352 metros abaixo da marca alcançada na operação de resgate subaquático mais profunda e bem sucedida de que se tem conhecimento.
As autoridades da guarda costeira dos Estados Unidos e do Canadá se empenharam em operações de busca na tentativa de localizar o submarino.
Foram usadas aeronaves e embarcações para realizar buscas na área dia e noite.
A embarcação desapareceu na região onde o Titanic afundou, situada no Atlântico Norte, a uma distância de cerca de 600 quilômetros da costa canadense.
Além das equipes de busca, diversas embarcações privadas se uniram à operação, lançando sonares submarinos com capacidade de monitorar profundidades de até 3.962 metros.
O submarino também contava com a presença de Paul-Henry Nargeolet, um ex-militar da Marinha francesa. Ele era considerado o maior especialista no naufrágio doTitanic.
O veículo tinha capacidade para cinco passageiros: um piloto, três convidados pagantes e um especialista.
O mergulho até os destroços do Titanic levaria cerca de oito horas para ir e voltar.
Em um vídeo divulgado pelo CEO Stockton Rush, é possível ver detalhes do interior do submarino. Havia três telas — uma com as informações da navegação, outra que exibe o sonar e uma tela maior, em que imagens são exibidas para os passageiros.
O “banheiro” improvisado era uma espécie de caixa de metal e ficava de frente para a única janela da embarcação que dava vista para o mar.
No vídeo, o CEO mostrou que o submarino era controlado por um 'joystick' muito parecido com os usados em videogames.
O Titanic afundou em sua viagem inaugural pelo Oceano Atlântico em 1912, após colidir com um iceberg. Mais de 1.500 pessoas morreram.
Momentos antes do mergulho, a Action Aviation, empresa do bilionário Hamish Harding, publicou imagens da expedição nas redes sociais.
O britânico era reconhecido por suas incríveis façanhas, desde explorar as profundezas mais remotas do planeta até aventurar-se no espaço, inclusive quebrando recordes na aviação.
O empresário português Mário Ferreira escapou por pouco da tragédia. Ele chegou a comprar o passeio, mas acabou desistindo da ideia por ter tido compromissos na mesma data.
Em 2017, uma operação de resgate parecida foi feita na América do Sul para localizar um submarino argentino que havia desaparecido. Apesar dos esforços, a embarcação só foi encontrada um ano depois.
O submarino ARA San Juan fazia parte da frota da Marinha Argentina e realizava exercícios militares. Na ocasião, 44 pessoas morreram.
A operação incluiu a participação de 13 países, incluindo o Brasil. Em novembro de 2018, o Ministério da Defesa da Argentina confirmou que o submarino havia sido localizado a aproximadamente 600 km da costa, a uma profundidade de 907 metros.
Pouco depois, a Marinha Argentina comunicou que a embarcação havia sofrido uma implosão nas profundezas do oceano.