Nascida em Minas Gerais, Sabrina se mudou para Israel aos 14 anos para estudar o ensino médio. Após concluir os estudos, a brasileira ingressou no exército, onde serviu durante três anos.
Por conta do tempo que passou no exército, Sabrina acabou se tornando cidadã israelense. Ela havia encerrado seus serviços militares há cerca de um mês.
'Em Israel, as mulheres só vão para a frente de batalha em último caso, mas eu já fui combatente, isso é o de menos. Estou pronta para viver e morrer por Israel', disse, em entrevista ao g1.
Além de Sabrina, o brasileiro Rafael Tabajuihanski, de 24 anos, foi outro convocado para a guerra. Ele morou no Brasil até os 22 anos e foi para Israel em 2020.
Ele serviu como paraquedista no exército israelense por 2 anos e 8 meses. “[Os militares] me ligaram, me avisaram que estavam me convocando. Como estou fora do país eu não sou obrigado a ir, mas eu vou”, disse ele, que estava no Brasil.
Rafael acredita que, com o objetivo atual de neutralizar os terroristas, essa operação será mais difícil e terá uma duração mais longa do que a ocorrida na Faixa de Gaza em 2014, que levou dois meses.
As forças armadas de Israel já convocaram mais de 360 mil reservistas para o front de batalha.
Em Israel, servir ao exército é algo obrigatório para todos. A partir dos 18, mulheres servem por dois anos e homens, por quase três.
“Coisa que muita gente espera, coisa que muita gente treina pra isso e pra mim é um orgulho muito grande poder servir um país que me deu tanto”, contou a brasileira Paula Frenkel, militar do exército israelense.
Yehuda Weiss, brasileiro que estava no festival de música que foi atacado pelo Hamas, foi convocado no dia seguinte para a guerra.
Ao portal UOL, ele contou que sobreviveu a uma troca de tiros perto fronteira com a Faixa de Gaza.
“A troca de tiros durou de quatro a cinco minutos. Foi muito intenso. Depois disso, fui para o hospital. Quase morri por duas vezes”, contou Yehuda.
Yehuda revelou que sua função atualmente é cuidar da segurança do estoque de armas e tanques israelenses.
“Vimos soldados mortos e pessoas do Hamas tentando sequestrar os corpos”, relatou.
Depois de participar de dois confrontos, Yehuda contou que está cogitando voltar ao Brasil: “não gostaria, mas acredito que é a melhor opção no momento'.
O ataque do Hamas a Israel pegou especialistas de surpresa. Isso porque o exército israelense é considerado um dos mais poderosos do mundo.
Parte dessa fama vem das vitórias conquistadas por Israel em três grandes guerras contra seus vizinhos árabes, em 1948, 1967 e 1973.
Em termos proporcionais, o país é o oitavo que mais mais investe no setor militar no mundo. Em 2022, por exemplo, Israel investiu o equivalente a 4,3% de seu Produto Interno Bruto (PIB) na Defesa.
Israel tem cerca de 169,5 mil militares na ativa e, só no ano passado, contou com um orçamento militar de cerca de 19,4 bilhões de dólares – fora 3,3 bilhões de dólares que recebeu dos EUA.
O sistema de defesa anti-mísseis de Israel, chamado de “Domo de Ferro”, é um dos melhores do mundo. Segundo especialistas, ele consegue conter cerca de 90% dos ataques aéreos.
Outro ponto de destaque do poderio militar de Israel vem de sua frota aérea, boa parte dela fornecida pelos Estados Unidos, como os caças F-16, F-15 e F-35.
Na quarta-feira (11/10), o Ministério da Defesa de Israel confirmou a existência de brasileiros entre os reféns do Hamas.
Segundo o porta-voz do Exército israelense, Jonathan Conricus, há também reféns da Argentina, Estados Unidos, França, Alemanha, Itália e Ucrânia, entre outras nacionalidades.