Um dos aviões era pilotado por Kiyoshi Ogawa, que, assim como outros japoneses, se dispunham a morrer para matar o inimigo.
O outro era o Subtenente Seiz? Yasunori, um estudante que se juntou à Marinha Imperial Japonesa e acabou aderindo a esse grupo.
É que a a tática kamikaze pressupunha justamente missões suicidas, com lançamento de aviões em direção a embarcações de países rivais durante a Segunda Guerra Mundial.
Vale lembrar que, na guerra, o Japão se uniu à Alemanha de Hitler e à Itália de Mussolini no chamado Eixo. O trio foi derrotado pelos Aliados (Reino Unido, URSS, EUA e China).
Os kamikazes tornaram-se um terror para os combatentes porque, estando dispostos a morrer, eles surpreendiam com missões aparentemente infalíveis.
Segundo a Força Aérea dos EUA, foram por volta de 2.800 ataques kamikazes na 2ª Guerra Mundial, que afundaram 34 navios, danificaram outros 368 e mataram quase 10 mil marinheiros e soldados americanos.
Aqui, um kamikaze surge, prestes a se chocar no USS Missouri. Os americanos a bordo sabiam que os ocupantes do avião estavam ali para morrer.
Muitas vezes, o ataque kamikaze matava uma parte da tripulação, deixava outra ferida, mas não destruía totalmente a embarcação. No caso do porta-aviões USS Bunker Hill, o navio continuou no serviço ativo até 1947, dois anos após o fim da guerra. Em 1973, o Bunker Hill foi vendido como sucata.
Aqui, um ataque Kamikaze ao USS Essex em 25 de Novembro de 1944.
Nesta outra ação, o porta-aviões britânico HMS Formidable é atingido por três Kamikazes. Ele resistiu ao ataque.
Eles voavam no Yokosuka MXY-7 Ohka, 'bomba voadora Kamikaze', desenvolvida pelo Japão.
Ohka (flor de cerejeira) era um avião pequeno em forma de bomba, com 1 tonelada de explosivos no nariz. Os americanos davam a ela outro nome: baka, louco em japonês.
Muitos aviões japoneses acabaram sendo capturados após a guerra.
O vice-almirante Takijir? ?nishi entrou para a história como o criador da ideologia kamikaze, mas, na verdade, a ideia era anterior a ele. E Onishi nem apoiava essa tática.
No entanto, com a derrota japonesa na Batalha das Ilhas Marianas em 1944, porém, ?nishi alterou a sua posição e ordenou ataques.
As missões suicidas constituíram, então, uma estratégia que nasceu do desespero, quando o Japão percebeu que estava prestes a perder o seu poder sobre as Filipinas, base-chave no Pacífico
A maioria dos kamikazes era recrutada em universidades. Há registros de que eram forçados a se sacrificar pelo Imperador.
Mas o historiador Michael Anderson viu na ação dos kamikazes um reflexo da tradição samurai: “Com um grande senso de dever, a cultura dos samurais deu aos pilotos kamikazes o conceito de honra em suas ações”.
No dia do voo fatal, escreviam poesias, ganhavam um brinde de saquê, levavam a bandeira, amarravam a hachimaki (faixa) e talvez também usavam o sennibari (cinto).
Aqui, estudantes homenageiam os kamikazes com flores de cerejeira.
Mas houve oficiais que também se mataram em ataques kamikazes. O capitão Masafumi Arima se lançou contra uma Força-Tarefa da Marinha dos Estados Unidos na Batalha Aérea de Formosa.
E, com o fim da guerra e a rendição do Japão, o almirante Matome Ugaki tornou-se também um kamikaze, horas após o anúncio do fim do conflito, e se matou.
Ele posou para registrar sua partida (foto) e embarcou com 2 homens num avião que se lançaria sobre um navio americano. Como não há registro kamikaze nesse dia, consta que o avião foi abatido.
A palavra kamikaze é a junção dos termos 'divino' (kami) e 'vento' (kaze).
Segundo a enciclopédia Britannica, a expressão foi usada pela primeira vez em 1281 para descrever tufões que protegeram o Japão de uma invasão mongol.
Os kamikazes suicidas deram ao termo um sentido de autodestruição e de excesso de risco. E a palavra em português é camicase. Mas a grafia kamikaze é a que identifica a tática suicida que assombrou o mundo
Curiosamente, um único kamikaze sobreviveu. Toshio Yoshitake (último à direita na foto), tinha 22 anos, mas seu avião foi interceptado por americanos e caiu. Isso lhe salvou a vida. Já idoso, disse que ficou 'feliz' de servir ao país.