Durante participação no podcast “Table for Two”, a atriz também criticou a objetificação de outras mulheres jovens na indústria.
Ela contou que é um fato que mulheres eram hiperssexualizadas e que isso era determinante para a trajetória delas como atrizes..
Johansson disse ainda que se viu encurralada, “em uma posição da qual não conseguia sair”. Ela contou que era “aliciada” por agente e empresários quando era mais nova, a fim de fazer apenas papéis sexuais.
Scarlett Johansson começou a atuar com apenas 10 anos, mas foi em “Encontros e Desencontros” (2003) que a atriz ascendeu de vez para a fama.
Ela desabafou e revelou não ter se sentido nada confortável no papel: “Nossos personagens – o dela e o de Bill Murray, 34 anos mais velho do que ela – tem essa… relação profunda e isso foi muito difícil para mim[…] Quando acabei (de filmar) foi como seu eu tivesse estado em um sonho febril”.
Johansson não é a primeira atriz a protestar contra a hipersexualização das mulheres em Hollywood. A atriz Millie Bobby Brown, destaque da série “Stranger Things”, falou sobre o assunto durante participação no podcast “The Guilty Feminist”, em abril de 2022.
A atriz havia acabado de completar 18 anos e disse que sentia um “tratamento diferente” por parte da mídia e dos fãs em geral por conta dela ter atingido a maioridade.
Millie pontuou que o fato de ter completado 18 anos não deveria mudar a maneira como a tratam e disse que a situação é 'nojenta'.
'Eu acho que é uma boa representação do que está acontecendo no mundo e como as meninas são sexualizadas. Eu tenho lidado com isso desde sempre', completou a atriz.
Outra atriz renomada que já protestou contra a objetificação de jovens na indústria foi Natalie Portman, ganhadora de um Oscar pelo filme “Cisne Negro” (2010).
Também em uma entrevista para um podcast, em 2020, a atriz disse ter sido sexualizada quando criança e falou que isso a privou da própria sexualidade.
Ela disse ainda que foi graças à sua personalidade forte que conseguiu se sentir segura: “Cultivei isso conscientemente porque era uma forma de me fazer sentir segura. Se alguém respeitar você, não fará você se sentir como um objeto”.
Em 1997, Portman foi convidada para atuar em “Lolita”, adaptação do livro de Vladimir Nabokov, de 1955, que conta a história de um homem de meia-idade que se envolve sexualmente com uma menina de 12 anos.
Ela contou que prontamente recusou o papel devido ao conteúdo “explícito e lascivo”.
A atriz afirmou que passou a recusar muitos papéis e se negar a fazer cenas de beijo ou de sexo como uma forma de autodefesa.
“Como é normal, nessa idade você tem sua própria sexualidade, seu próprio desejo, e quer explorar coisas, e quer ser aberta, mas não se sente segura, especialmente quando há homens mais velhos que estão interessados em você e precisa lhes dizer: ‘Não, não, não, não e não’”, afirmou no programa.
Em outra oportunidade, a atriz revelou ter ficado chocada ao abrir a primeira carta de um fã e descobrir que se tratava de uma fantasia sobre um estupro!
Portman também disse que um programa de rádio chegou a fazer uma contagem regressiva para seus 18 anos e que haviam críticos de cinema que, ao escrever sobre seus filmes, falavam sobre seus “seios brotando”.
A atriz Megan Fox também já protestou publicamente a respeito da forma como foi tratada no filme “Transformers” (2007). A treta com o diretor Michael Bay foi uma das mais faladas na época, tanto que a Fox abandonou o projeto depois do segundo filme.
Jessica Chastain, que ganhou o Oscar em 2022 por “Os Olhos de Tammy Faye”, criticou a maneira como as mulheres são retratadas em filme de super-heróis.
A atriz disse que a “exploração dos aspectos físicos das atrizes não deveriam ser o foco” e criticou o fato de elas precisarem estar sempre de roupas coladas ao corpo.
Ela lembrou que uma personagem feminina pode ser incrível apenas por sua personalidade e citou como exemplo a Ripley (Sigourney Weaver), da franquia 'Alien', e Sarah Connor (Linda Hamilton), de “Exterminador do Futuro”.
Em agosto de 2014, Chastain chegou a criticar o fato de não existir, na época, um filme solo da “Viúva Negra” (foto), que só viria ser lançado em 2021. 'O fato é que a maioria dos filmes de Hollywood mostram uma perspectiva masculina. No geral, os filmes de Hollywood são muito 'machocêntricos'', avaliou.