Ravi, de um dia de vida, foi roubado na maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda durante a madrugada. A avó paterna, que estava com a mãe do bebê na enfermaria, acordou às 2h10 (de Brasília) e percebeu o sumiço.
A avó entrou em contato com o filho, que ligou para a Polícia Militar em busca da criança. Em entrevista, ela contou que o momento de relaxamento durou 10, 15 minutos.
Outras quatro crianças recém-nascidas e suas mães dormiam na enfermaria no momento do sumiço.
A Polícia Civil analisou imagens de monitoramento e identificou uma mulher suspeita de envolvimento no desaparecimento de Ravi.
O acesso ao hospital, então, ficou restrito a pessoas autorizadas e todos se mobilizaram para achá-lo.
Na câmera de segurança foi possível ver uma mulher saindo da enfermaria com três bolsas grandes, à 1h57.
Vinícius, tio de Ravi, criticou brechas de segurança na maternidade: 'Eu consegui ter fácil acesso aqui. Me causa muita estranheza uma mulher entrar em uma enfermaria com bolsas e não ter nenhuma vigilância'.
Funcionários da unidade de saúde afirmam que Cauane pode ter entrado por uma das varandas.
A maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda já recebeu diversas denúncias de pacientes. Em 2019, o 'G1' publicou reportagem sobre relatos de negligência.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que vai rever os protocolos de segurança e tomar as providências necessárias.
A partir da identificação da suspeita, a Polícia Civil informou à PM que a mulher entrou em uma casa no Morro do Borel, na Tijuca, na zona norte do Rio
O Borel fica a 10km da maternidade. A comunidade tem cerca de 20 mil habitantes e é conhecida por muitas pessoas fora do Rio por causa do carnaval. Afinal, o Borel é o berço da escola de samba Unidos da Tijuca.
Em seguida, policiais da UPP da comunidade foram até o local e encontraram a criança com Cauane Malaquias da Costa, de 19 anos.
O bebê foi resgatado e Cauane foi presa em flagrante.
Segundo o delegado Mario Jorge Andrade, a mulher disse a pessoas no hospital que estava acompanhando a paciente do quarto 307. Porém, o cômodo estava vazio e as suspeitas caíram sobre ela.
A polícia já sabe que Cauane esperou 5 horas até ter a chance de pegar o bebê. Ela vai responder por subtração de incapaz, com pena de até seis anos em caso de condenação.
Ao ser informado de que o neto foi encontrado, às 8h20, o avô de Ravi, aliviado, ajoelhou no chão e agradeceu emocionado.
O pai de Ravi, Matheus Cunha, mostrou toda sua felicidade: 'Quero ficar 24h abraçado com ele e minha esposa'.
No fim da manhã, Ravi voltou aos braços da mãe para a felicidade da família.
Posteriormente, o bebê passou por exames. A família ficou preocupada com a possibilidade de a mulher ter dado algo ao neném.