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Preso por engano, homem é impedido de terminar prova do Enem


Por Flipar
Fábio Rodrigues Pozzebom Agência Brasil

O caso aconteceu na Escola Estadual Assis Chateaubriand, no bairro de Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife, capital de Pernambuco.

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Marcos Antonio Gomes da Silva, de 50 anos, contou à reportagem da TV Globo que foi obrigado a deixar a sala sem completar a prova.

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A coordenadora da prova o informou que deveria deixar a sala no momento em que ele preenchia a 30ª questão. Em seguida, a funcionária pediu que Gomes da Silva assinasse um documento.

Jannoon 028 por freepik

Policiais militares foram até a escola com um mandado de prisão contra um homem com o mesmo nome e data de nascimento do candidato.

Domínio público

'Eu estranhei quando cheguei no pátio da escola e me deparei com dois policiais militares que disseram que tinham um mandado de prisão no meu nome. Entrei em estado de choque, fiquei sem entender a situação', afirmou.

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Ao conferirem o documento de identificação de Gomes da Silva, os policiais constataram que o nome de seus pais não batiam com os da pessoa procurada, que é paraibana (outra divergência de dados).

Marcelo Camargo Agência Brasil

Ainda assim, os agentes não permitiram que ele retornasse à sala para terminar a prova. 'Tentei argumentar, mas não tive apoio da coordenação do Enem', contou.

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Ele foi conduzido ao Instituto de Identificação Tavares Buril, no centro de Recife, para checagem das impressões digitais.

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No local, ficou demonstrado que as digitais de Gomes da Silva não correspondiam às do homem procurado.

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O candidato dirigiu-se à Delegacia de Boa Viagem, na Zona Sul da cidade, para fazer boletim de ocorrência com queixa por danos morais, já que foi impedido de encerrar a prova.

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'É irreparável. A gente se prepara, tem um sonho, e, de repente, uma falha acaba com tudo', lamentou Gomes da Silva, que trabalha como vendedor.

Agência Brasil

O candidato declarou que, devido ao abalo psicológico e emocional por que passou, não sabe se conseguirá fazer a prova novamente.

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'Estou desestabilizado, foi uma situação constrangedora. Várias pessoas presenciaram a situação, e, até que se prove o contrário, as pessoas têm um olhar negativo', explicou.

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Allan Negreiros, advogado do vendedor, disse que ingressará na Justiça com pedido de indenização por danos morais.

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Antes, o advogado explicou que buscará informações do caso na Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) para 'saber saber de onde saiu a ordem de conduzir o senhor Marcos mesmo diante de uma dúvida sobre a sua identidade'.

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Negreiros afirmou que nesse contexto o candidato poderia ter feito a prova sob custódia e, ao fim, ter sido conduzido até o local de coleta das digitais.

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A Polícia Federal declarou à Rede Globo que Gomes da Silva teve o CPF 'utilizado indevidamente pelo verdadeiro procurado'.

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'Agora a apuração corre para entender o motivo do CPF dele constar no mandado, sendo que o CPF é um número único de identificação e ficou provado que o candidato não é a pessoa procurada', detalhou a PF.

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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pelo Enem, afirmou que o candidato não pode retomar a prova porque já haviam vencido as duas horas iniciais previstas.

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