Desse modo, a Casa Ponte, como é intitulado o projeto, concorre ao prêmio em Manchester, no Reino Unido. Além disso, também está em outra disputa, na Letônia, na categoria 'melhor projeto residencial'.
A escolha do projeto vencedor está marcada para o dia 15 de novembro, com transmissão online. Quem vencer fará parte do acervo permanente do Museu de São Petersburgo, na Rússia.
De acordo com o escritório brasileiro Tetro, a casa possui 20 cômodos e foi projetada para um casal jovem, com dois filhos adolescentes.
A construção fica no Cacupé, no Norte da Ilha de Santa Catarina. Nesse sentido, a estrutura é voltada para o pôr do sol, priorizando a vista do mar continental e as montanhas da Serra.
De olho na proteção solar, a equipe projetou 'enormes beirais de aço revestidos com gradis galvanizados, os mesmos da Ponte Hercílio Luz'.
'Também nos inspiramos com a água, as pedras que nascem na mesma, foram fundamentais para o projeto, principalmente para a área da piscina', informou o escritório ao portal G1.
De acordo com a empresa, a indicação é importante porque 'é um prêmio muito conceituado, com a participação de projetos de todo o mundo.'
O projeto foi selecionado por um júri que inclui “starchitects” do porte do espanhol Santiago Calatrava, o inglês Norman Foster, o suíço Mario Botta e o italiano Massimiliano Fuksas.
O Golden Trezzini Awards de Arquitetura e Design foi estabelecido em 2018 e leva o nome de Domenico Trezzini (1670-1734), arquiteto russo de origem suíça.
Com o lema 'Arquitetura como arte', a premiação tem como objetivo transformar os projetos de arquitetura, design, restauração, cenografia e exposições mais valiosos do ponto de vista artístico.
Os vencedores desta premiação são selecionados por mais de 200 especialistas de 32 países.
Além disso, as obras vencedoras são adicionadas à coleção do Architectural Graphics Fund do Museu de História de São Petersburgo, a fim de manter e mostrar o seu valor histórico, cultural, científico e artístico.
O Museu Estatal de História de São Petersburgo é um dos maiores da Rússia, que apresenta os trezentos anos de história e cultura da cidade do Norte do país. As primeiras exposições históricas completas começaram em 1957, comemorando o 250º aniversário de Leningrado.
Na década de 1920, Florianópolis foi marcada por grandes obras, como a construção de avenidas e da penitenciária estadual. A principal delas demorou quatro anos para ficar pronta, mas tornou-se cartão-postal da cidade: a Ponte Hercílio Luz.
Inaugurada em 13 de maio de 1926, a estrutura passou, desde então, a ligar a Ilha de Santa Catarina com a região continental. Na ocasião, foi idealizada pelo então governador do estado Hercílio Pedro da Luz.
A ponte visava melhorar a comunicação da ilha com o resto do estado e do país. Algo pensado justamente em meio às mudanças econômicas e sociais que o estado passava na ocasião.
Assinada pelo americano David Barnard Steinman, a concepção era de uma ponte pênsil com olhal. A estrutura seria instalada no Canal do Estreito, trecho que tem a menor distância entre a ilha e o continente. Na época, o custo do projeto foi de 14,4 milhões de contos de réis, dinheiro que saiu tanto dos cofres do estado quanto da União.
A fundação simbólica da ponte foi concluída em 20 de julho de 1923, sendo necessários 14.350 metros cúbicos de concreto. Então, os pilares submersos receberam cimento especial resistente à corrosão da água salgada.
A perda de Hercílio Luz, chefe do Executivo estadual, 64 anos, fez com que a construção, que antes seria chamada de Ponte da Independência, tivesse o nome alterado de forma definitiva para Ponte Hercílio Luz.
Por causa do declínio na saúde de Hercílio, que foi idealizador, a inauguração oficial aconteceu em 13 de maio de 1926, já no governo de Antônio Vicente Bulcão Vianna.
A ponte pênsil foi interditada totalmente para veículos e pedestres em 22 de janeiro de 1982 por causa da deterioração de uma das centenas de barras de olhal. A Ponte Hercílio Luz chegou a ser parcialmente reaberta em 15 de março de 1988, mas foi fechada no dia 4 de julho de 1991.
No ano de 1992, a obra foi tombada como Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Município de Florianópolis. Em 1997, o Ministério da Cultura a reconheceu como Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Brasil, tendo sido inscrita no Livro do Tombo Histórico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em agosto de 1998.
Em 2005, saiu do papel o projeto de reabilitação da ponte em duas etapas. Na primeira, houve a recuperação das rampas de acesso insular e continental e outra do vão central da ponte. A reabertura aconteceu em 2019, e a ponte possui 821 metros de extensão e a largura do vão central é de 15,92 metros.