A avó do menino, de 2 anos, deu entrevista agradecendo pela agilidade do socorro, que foi fundamental para a sobrevivência do neto.
Ela disse que ele estava brincando no quintal quando foi picado na mão. O menino teve que ser levado ao Hospital João XXIII, na capital mineira, para receber o soro que combate o veneno do animal.
No trajeto ele chegou a vomitar e a perder a consciência. Mas tudo deu certo.
Casos envolvendo escorpiões vêm acontecendo com frequência no interior do país e preocupam. Em agosto, um menino de 6 anos, Kauã, morreu após ter sido picado em Ribeirão Preto (SP).
Em julho, também em Ribeirão Preto, uma menina de 4 anos morreu no na morte de outra criança, uma menina de 4 anos, no bairro Jardim Jandaia. Na ocasião, a prefeitura informou que a média de ataques de escorpiões no município vinha sendo de 44 casos por semana.
No Tocantins, autoridades sanitárias têm permanecido em alerta com a presença do "escorpião amarelo" no estado.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), 11 cidades no estado registraram a presença do animal, considerado o mais venenoso da América do Sul na sua espécie.
Com nome científico Tityus serrulatus, o escorpião amarelo é comum nas regiões sudeste, centro-oeste e nordeste do Brasil, mas não é natural do Tocantins.
O aracnídeo, porém, é encontrado no estado desde 2017 e já foi registrado em Araguaçu, Arraias, Cariri, Colinas, Guaraí, Gurupi, Natividade, Palmas, Palmeirópolis, Paraíso e São Bento.
Segundo a SES, não é possível afirmar como o animal chegou no estado, mas é provável que tenha sido através de entulhos comprados de outras regiões.
Iza Alencar, veterinária e responsável pela área técnica de zoonoses e animais peçonhentos da SES, faz um alerta à população sobre os hábitos do escorpião amarelo.
"O Tityus serrulatus tem uma facilidade gigantesca de se multiplicar. Inclusive, a fêmea não precisa de um macho para gerar filhotes. Tem hábitos noturnos, se alimenta de pequenos animais como baratas e grilos, e prefere ficar em lugares sujos onde tem entulhos e lixos".
A SES alerta que, em caso de acidente com o escorpião amarelo, que a pessoa se dirija imediatamente à uma unidade de saúde. Se possível, também entregar o animal às autoridades.
A picada do animal pode causar dor, vermelhidão local, taquicardia, vômitos, náuseas, rebaixamento de consciência e suor em todo corpo.
Em casos mais graves, a pessoa pode desenvolver um edema pulmonar ou até levar à morte.
O escorpião amarelo é pequeno, medindo até 7cm de comprimento, mas seu veneno é perigoso, pois age no sistema nervoso do ser humano.
Com atuação no bulbo, região importante do encéfalo, afeta diretamente os movimentos respiratórios e cardíacos do corpo humano, segundo a Fiocruz.
Ou seja, o risco mais sério é de uma asfixia através de uma parada cardiorrespiratória fatal em pouco tempo após a picada.
Ainda que haja um esforço para o controle da proliferação do animal, o soro antiescorpiônico é o único remédio eficaz contra as ferroadas dos escorpiões.