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Velório de Ziraldo é marcado por emoção e homenagens


Por Flipar
Fernando Tânia Rêgo / Agência Brasil

A cerimônia foi aberta ao público e reuniu familiares, amigos, fãs, artistas, políticos e autoridades.

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Durante o velório, uma gravação de Ziraldo lendo o poema 'Memória', de Carlos Drummond de Andrade, emocionou os presentes.

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'Quando havia aquelas filas gigantes nas bienais, vinham o avô, o filho, o neto, o bisneto. Todos com um livro esmagadinho, lido, usado. Isso é muito lindo. Ele é um cara que falou com cinco gerações', declarou Daniela Thomas, filha de Ziraldo.

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O sepultamento aconteceu às 16h30, no Cemitério São João Batista, na Zona Sul da cidade.

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“Ziraldo é um mineiro que marcou a história do Rio de Janeiro e construiu um legado, de educador, de homem da cultura e de pessoa interessante que era. Uma vida bem vivida”, disse o prefeito do RJ, Eduardo Paes.

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Ziraldo morreu no sábado (06/04), aos 91 anos. Segundo a família, ele faleceu enquanto estava dormindo em sua casa, em um apartamento no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio, por volta das 15h.

Tomaz Silva/ABr

O artista já vinha sofrendo com problemas de saúde há algum tempo. Em 2013, ele teve um ataque cardíaco leve enquanto estava na Alemanha e precisou passar por um cateterismo.

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De 2018 a 2022, ele sofreu três derrames e ficou com a saúde bastante debilitada. Até por conta disso, o cartunista estava fora dos holofotes nos últimos anos e precisou ficar em casa, recebendo cuidados médicos.

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Chargista, caricaturista e jornalista brasileiro, Ziraldo nasceu em Caratinga, Minas Gerais, em 24 de outubro de 1932.

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Seu primeiro desenho foi publicado quando ele tinha apenas seis anos de idade, em 1939, no jornal “A Folha de Minas”.

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No entanto, a carreira artística de Ziraldo teve início mesmo no fim da década de 1940, quando ele começou a publicar frequentemente cartoons e charges em jornais e revistas.

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Seu humor ácido e perspicaz retratava a realidade social e política do Brasil, conquistando reconhecimento nacional e internacional.

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Em 1954, Ziraldo retornou para o 'A Folha de Minas' e passou a publicar em uma página de humor. Três anos depois, ele se formou em Direito na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

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Nos anos 1960, Ziraldo realizou trabalhos para o 'Jornal do Brasil' e 'O Cruzeiro', publicando charges políticas e cartoons. Foi nessa época que ele criou os personagens Jeremias, o Bom, Supermãe e Mineirinho.

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Nesse período, Ziraldo conseguiu realizar um sonho de criança que era se tornar autor de histórias em quadrinhos. Foi dele a primeira revista brasileira do gênero feita por um único autor: a 'Turma do Pererê'.

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Ziraldo também se destacou na luta contra a Ditadura no Brasil. Ele foi um dos criadores do jornal 'O Pasquim', que reunia personagens como o Graúna, os Fradins e o Ubaldo em charges irônicas e textos ácidos.

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'Ele é uma das pessoas que salvou o Brasil da ditadura. Ele ficou no Brasil para lutar com a pena. Com papel, com ideias pequenas e pérolas. Uma pessoa como essa não vai embora', disse Fabrizia Pinto, filha de Ziraldo.

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O cartunista chegou a ser detido e levado para o Forte de Copacabana um dia depois do decreto do AI-5, em 13 de dezembro de 1968.

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Ao longo dos anos 1970, Ziraldo passou a se dedicar somente às histórias infantis. Seu primeiro livro infantil, 'FLICTS', foi publicado em 1969.

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A primeira história com seu personagem mais famoso, o 'Menino Maluquinho', foi publicada em 1980 e até hoje é considerado um dos maiores fenômenos editoriais do Brasil.

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Em 1997, o autor e sua maior obra foram homenageados pela Escola Unidos da Porto da Pedra no Carnaval carioca, com o enredo 'No Reino da Folia, Cada Louco com a Sua Mania'.

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Ziraldo também recebeu diversos prêmios pelas suas obras, como o Prêmio Jabuti, o Prêmio Hans Christian Andersen e o Prêmio Merghantaller.

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Seus livros foram traduzidos para mais de 10 idiomas e sua obra 'O Menino Maluquinho' chegou a ser adaptada para o cinema, teatro e televisão.

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Na vida pessoal, Ziraldo foi casado com Vilma Gontijo Alves Pinto de 1958 até 2000, quando ela morreu de infarto, aos 66 anos. Em 2002, o cartunista casou-se com Márcia Martins da Silva, com quem viveu até seus últimos dias.

Arquivo site Lu Lacerda

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