Com isso, a expectativa é que 1,5 milhão de pessoas lotem as areias da praia para assistir a diva do pop. O show “The Celebration Tour” da cantora Madonna, nas areias de Copacabana, no dia 4 de maio de 2024.
O bairro tem uma história curiosa que remonta ao século XVII. Dessa forma, o nome e a identidade de Copacabana foram moldados por uma fusão de fé, imigração e desenvolvimento urbano.
Após a chegada dos espanhóis à região da Copacabana boliviana, Nossa Senhora teria aparecido no local para Francisco Tito Yupanqui, um jovem pescador, que, em sua homenagem, teria esculpido uma imagem da santa que ficou conhecida como Nossa Senhora de Copacabana.
No século XVII, comerciantes bolivianos e peruanos de prata (chamados na época de 'peruleiros') trouxeram uma réplica dessa imagem para a praia do Rio de Janeiro, então chamada de Sacopenapã (nome tupi que significa 'caminho de socós').
No rochedo dessa praia, construíram uma capela em homenagem à santa. Ela, com o tempo, passou a designar a praia e o bairro e foi demolida em 1918, para ser erguido, em seu lugar, o atual Forte de Copacabana.
Historiadores relatam que a Igrejinha de Copacabana, que batizou o bairro e a praia., foi construída por pescadores no início do século XVIII em homenagem a Nossa Senhora de Copacabana.
No final do século XIX e início do século XX, com o desenvolvimento de sistemas de saneamento mais avançados, as praias da cidade puderam ser limpas, adquirindo valor e tornaram-se objeto da procura pelas camadas de mais alta renda.
Com a chegada dos bondes e a abertura de vários túneis ligando a praia ao centro da cidade, esta começou a ser mais frequentada pela população.
Com a inauguração de um túnel no Morro de Vila Rica (Túnel Velho), em 6 de julho de 1892, pela Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico (atual Light), entre Copacabana e Botafogo, o bairro começou a se integrar ao resto da cidade. Um dos responsáveis foi o deputado José Cupertino Coelho Cintra, dito 'o Bandeirante de Copacabana'.
O segundo Barão de Ipanema, José Antônio Moreira Filho, em sociedade com José Luís Guimarães Caipora, teve um papel importante na urbanização da área. Ajudou na construção da maioria de seus logradouros, sendo responsável pela urbanização da Vila de Ipanema que deu origem ao bairro do mesmo nome.
Com a ampliação das linhas de bonde até o Forte do Leme e à Igreja de Nossa Senhora de Copacabana (onde hoje fica o Forte de Copacabana), o bairro foi ganhando ruas e casas. Esse fator foi ainda mais acentuado com a inauguração da Avenida Atlântica em 1906, na orla do bairro.
O desenho em curvas de sua calçada em padrão mar largo, simulando as ondas do mar, é conhecido no mundo todo. Foi, originalmente, concebido no século XIX, nas calçadas da Praça de Dom Pedro IV, mais conhecida como Praça do Rossio, em Lisboa, em Portugal, para homenagear o encontro das águas doces do Rio Tejo com o Oceano Atlântico.
Como as pedras vieram, inicialmente, das cercanias de Lisboa, receberam o nome popular de 'pedras portuguesas', denominação que se mantém até hoje.
Em 13 de agosto de 1923, foi inaugurado o Hotel Copacabana Palace, em frente à praia. Desde então, o hotel tornou-se um símbolo da cidade. Sendo assim, a praia passou a viver seu período áureo, quando tornou-se a mais frequentada da cidade e recebendo a alcunha de 'princesinha do mar' nos anos 30.
O apelido “Princesinha do Mar” está relacionado à famosa canção brasileira chamada “Copacabana”, composta por Braguinha (também conhecido como João de Barro) e Alberto Ribeiro. A música foi escrita em 1934 e, desde então, se tornou um dos hinos não oficiais do bairro.
Na década de 1970, foi realizado, pela Superintendência de Urbanização e Saneamento (SURSAN), um grande aterro hidráulico, comandado pelo engenheiro Hildebrando de Góes Filho. O sistema ampliou a área de areia da praia e cujos objetivos principais eram: a ampliação da área de lazer.
Houve o alargamento das pistas da Avenida Atlântica e a passagem por baixo do calçadão central do interceptor oceânico. Isso visava evitar que as ressacas chegassem até a Avenida Nossa Senhora de Copacabana e invadissem as garagens dos edifícios da Avenida Atlântica.
A construção do Copacabana Palace e a formação do maior réveillon do país fizeram com que a praia atraísse eventos de diversos gêneros: musicais, políticos, esportivos, culturais.
Em 2002, foi instalado na altura do Posto 6 uma estátua em homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade. Pesando cerca de 150 quilos, a estátua se tornou mais um símbolo icônico do bairro, com o escritor sentado de pernas cruzadas de costas para o mar e o horizonte da praia de Copacabana.
A partir do início da década de 60, o sacerdote do Omoloko, Tata Tancredo da Silva Pinto, decidiu realizar encontros de grupos religiosos na Praia de Copacabana, antes da chegada do ano novo. Ele tinha como objetivo diminuir o preconceito que as religiões de origem africana sofriam na época.
Com a crescente popularidade das celebrações religiosas nas areias de Copacabana no réveillon, novas tradições surgiram na cidade, como a queima de fogos de artifício.
Uma das principais marcas dessa revolução pirotécnica foi a cascata de fogos do Hotel Meridien, localizado na Av. Atlântica. Por 21 anos, a cascata foi uma das grandes atrações do réveillon na cidade, quando os fogos eram lançados do topo do prédio de 39 andares, cobrindo toda a fachada do arranha-céu em poucos minutos.
Ainda na década de 1980, os comerciantes da região perceberam que show de fogos se transformaria em um evento capaz de atrair turistas do mundo todo. Hotéis e empresários do bairro decidiram patrocinar os primeiros foguetórios no réveillon de Copacabana.
A prefeitura, então, transformou a virada em festa oficial da cidade. Após a festa de 1992, quando o público aumentou na praia de Copacabana, o então prefeito Cesar Maia decidiu organizar alguns shows após a meia-noite para reter o público na praia e evitar o deslocamento.
Foi no réveillon de 1993 para 1994 que a cidade recebeu o primeiro grande show da virada, com apresentações de Jorge Ben Jor e Tim Maia. Na época, passaram pela orla cerca de 3,5 milhões de pessoas.
Um ano depois, os organizadores do evento apostaram em um verdadeiro festival da virada. Foi uma semana inteira de atrações musicais. O Rio de Janeiro reuniu artistas como Jorge Ben Jor, Ivan Lins, Tim Maia, Paulinho da Viola e Emílio Santiago.
A principal atração daquele ano foi a apresentação do cantor escocês Rod Stewart, que subiu em um palco armado em frente ao hotel Copacabana Palace, logo após a queima de fogos.
O réveillon de Copacabana de 1994 foi o show com o maior número de espectadores de todos os tempos, com cerca de 3,5 milhões de pessoas na orla, registrado no 'Guinness Book'.
A partir disso, Copacabana tem atraído diversos eventos, sobretudo os musicais com shows de diversos gêneros. Desde Rolling Stones, Lenny Kravitz, Rod Stewart, Stevie Wonder, Tim Maia e Zeca Pagodinho a Diogo Nogueira, Anitta, Ludmilla e Alok.
Sendo assim, Copacabana atrai um grande contingente de turistas para seus mais vários hotéis, que ficam especialmente cheios durante as épocas do ano-novo e do carnaval. A orla ainda é lugar de variados eventos, como shows nacionais e internacionais, durante o resto do ano.
De 23 a 28 de julho de 2013, a praia de Copacabana sediou todos os eventos centrais da Jornada Mundial da Juventude de 2013. Os eventos realizados na praia foram a missa de abertura, a acolhida ao Papa Francisco, a Via-Sacra, a Vigília e a missa de envio com o Papa, na qual compareceram 3,8 milhões de fiéis.
Nos Jogos Olímpicos de 2016, a praia sediou as competições de vôlei de praia, maratona aquática e triatlo. A Arena Copacabana é uma área móvel que foi construída na praia de Copacabana para a realização dessas modalidades.
A história do réveillon de Copacabana tem como seu capítulo mais trágico o naufrágio do Bateau Mouche, em 1988, quando 55 pessoas morreram no mar, a caminho da Praia de Copacabana, onde assistiriam à tradicional queima de fogos.