Para comparar, a NASA exibiu duas imagens da região metropolitana de Porto Alegre: uma do dia 20 de abril, antes da atual catástrofe climática, e outra desta semana.
A imagem da enchente mostra os rios Jacuí, Sinos e Caí transbordando, com a água se espalhando por uma grande região além de seus leitos.
As águas lamacentas alcançam o lago Guaíba e a lagoa dos Patos, duas áreas conhecidas do estado.
Uma outra imagem mostra áreas em azul, com o nível natural dos rios, e partes em vermelho, mostrando como ficou o curso da água depois das tempestades.
Regiões como Canoas, Guaíba e Eldorado do Sul também foram duramente afetadas pelas chuvas.
A cheia do rio Guaíba teve grande impacto nas enchentes em Porto Alegre, capital do estado. Essa foi a primeira vez na história que o rio atingiu um nível acima dos 5 metros.
Segundo o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o volume de água do Guaíba chegou ao equivalente a quase metade do reservatório da usina de Itaipu.
A usina de Itaipu é a segunda maior hidrelétrica do mundo e tem quase 29 trilhões de litros de água.
Regiões conhecidas do centro como o porto, o Centro Histórico, o aeroporto Salgado Filho e os estádios Beira-Rio e a Arena do Grêmio (foto) ficaram totalmente inundadas.
Nesta sexta-feira (10/05), a TV Globo mostrou imagens impressionantes de um 'cemitério de carros' em Eldorado do Sul, na Região na Metropolitana de Porto Alegre.
Mais de 90% da cidade foi afetada pelas águas que transbordaram do Rio Jacuí em direção ao Lago Guaíba. Cerca de 40 mil moradores tiveram que ser evacuados de suas residências.
Até a tarde desta sexta-feira (10/05), o número de mortes em decorrência das enchentes chegou a 116, segundo o último boletim da Defesa Civil do estado.
Ainda há pelo menos 146 pessoas desaparecidas e estima-se que cerca de 1,9 milhão de pessoas tenham sido afetadas pelo temporal até o momento.
No total, segundo o balanço, há 337.346 abrigadas nas casas de amigos ou parentes, além de outras 70.772 pessoas que estão sendo acolhidas em abrigos.
Pela primeira vez desde sábado (04/05), o nível do Guaíba em Porto Alegre baixou para 4,74 metros, de acordo com a conferência da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
Antes da cheia atual, o recorde anterior havia sido em 1941, quando o rio atingiu 4,76 metros.
A cidade ainda enfrenta uma situação de crise, com quase todos os bairros sem acesso a energia, internet e recursos básicos, como comida e água.
A situação tem levado muitas pessoas a deixarem a cidade em busca de lugares menos afetados pelas chuvas, como as cidades litorâneas.
Para este fim de semana, a previsão é que tenham mais chuvas intensas no centro-norte e leste do Rio Grande do Sul, além do litoral norte e sul de Santa Catarina.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os ventos podem ser intensos (60-100 km/h), com possibilidade de queda de galhos de árvores e raios.
De acordo com a Defesa Civil, 437 dos 497 municÃpios do Rio Grande do Sul relataram algum problema relacionado aos temporais da última semana.