Como celebração, teve um show no centro de eventos da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), na avenida Barão do Rio Branco, 1.717.
Participaram do evento a prefeita Elisa Araújo (PSD), o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, o presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid, o secretário estadual de Cultura e Turismo de Minas, Leônidas de Oliveira, entre outras autoridades.
Segundo a administração municipal, a inclusão de Uberaba na lista de Geoparques da Unesco trará benefícios à cidade e ao estado.
A prefeitura entende que a escolha impulsiona a “promoção do turismo, assim como o fomento de pesquisas científicas em relação ao patrimônio geológico'.
Além disso, acredita que pode elevar a conscientização sobre a conservação e a valorização do patrimônio cultural e histórico, além do desenvolvimento da economia e do empreendedorismo local”.
“O mundo irá conhecer Uberaba. Estou muito orgulhosa dessa conquista e, com certeza, por meio da chancela da Unesco considerando Uberaba como o primeiro Geoparque da região Sudeste', comentou a prefeita Elisa Araújo.
'Vamos ter ganhos econômicos, mais atração de investimentos e principalmente de turistas. Seguiremos enriquecendo nossa cultura e a educação, com a nova visibilidade que teremos”, completou.
Batizado de Aspirante Geoparque Uberaba-Terra de Gigantes, o local fica no Triângulo Mineiro e começou a surgir em 2014. Isso aconteceu quando o geólogo Luiz Carlos Borges Ribeiro identificou o potencial do município para se tornar um parque ecológico.
O Geoparque de Uberaba se expande por 4.523,957 quilômetros quadrados, que abrange todo o município mineiro. Na região, já foram encontrados fósseis, dentes, ovos e ninhadas de dinossauros do período Cretáceo Superior. Algo estimado entre 80 milhões e 66 milhões de anos atrás.
Entre os achados, estão os ossos do Uberabatitan ribeiroi, o maior dinossauro já descoberto no Brasil e um dos últimos titanossauros (do latim lagarto titânico) do planeta, que possui 27 metros de comprimento e 14 metros de altura no Museu dos Dinossauros de Peirópolis.
De acordo com o SGB, na área foram descobertos fósseis de grandes carnívoros terópodes, como o Abelissauro (Abelisaurus comahuensis), com cerca de oito metros de altura, além de crocodilomorfos, como o Uberabasuchus terrificus
Geoparques são áreas geográfica delimitadas que têm patrimônio geológico de relevância internacional. Com isso, a gestão desses territórios tem o objetivo de proteger os patrimônios naturais, históricos e culturais, assim como promover a educação, o turismo e o desenvolvimento sustentável.
Além de Uberaba, o Brasil possui outros cinco Geoparques reconhecidos pela Unesco. São eles: Araripe (CE), Caçapava (RS), Quarta Colônia (RS), Seridó (RN) e Cânions do Sul (SC e RS).
O Parque Geológico do Araripe localizado no Ceará, foi o primeiro das Américas reconhecido pela UNESCO e estende pela área de seis municípios cearenses: Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri.
Esse Parque tem o espaço totalizando 3.796 km² e apresenta um vasto patrimônio biológico, geológico e paleontológico. Parte de seu território já era reconhecido como Área de Proteção Ambiental Chapada do Araripe desde 1997.
Desde setembro de 2006, está integrado à Rede Mundial de Parques Geológicos, e é reconhecido pela UNESCO como um relevante patrimônio geológico e paleontológico mundial.
Essa região contém a principal jazida de fósseis cretáceos do Brasil. Isso inclui a maior concentração de vestígios de pterossauros do mundo, além de 20 ordens diferentes de insetos fossilizados, com idade aproximada 110 milhões de anos.
Desde setembro de 2006, está integrado à Rede Mundial de Parques Geológicos, e é reconhecido pela UNESCO como um relevante patrimônio geológico e paleontológico mundial.
Um dos objetivos do parque geológico, localizado no sul do estado do Ceará, na região do Cariri, em meio ao semiárido nordestino, é preservar as riquezas naturais da Chapada do Araripe.
Geoparque de Caçapava: Em 2 de outubro de 2019, no auditório da Universidade Federal do Pampa, campus Caçapava do Sul, houve uma audiência pública aberta a comunidade para discutir os objetivos e propósitos de um geoparque no município.
Segundo informações da UFSM, o projeto, fruto de uma parceria entre UFSM e Unipampa, iniciou suas atividades de forma institucional a partir daquele ano.
A audiência pública é parte de uma estratégia de sensibilização, que visa popularizar a ideia e demonstrar a amplitude que um geoparque abrange.
O Geoparque Caçapava do Sul foi finalmente reconhecido pela UNESCO em 2023 (Geoparques Mundiais da UNESCO). O local apresenta sucessões de rochas sedimentares marinhas e continentais de mais de 500 milhões de anos.
Caçapava do Sul apresenta Pedras das Guaritas e a Serra do Segredo. Aliada a isso, está a presença, nos sedimentos de seus arroios, de fósseis de animais extintos da megafauna, em especial as preguiças-gigantes.
Espécies vegetais raras e endêmicas do bioma pampa, além de comunidades humanas tradicionais, como indígenas, quilombolas e pecuaristas familiares, completam esse cenário singular na América do Sul.
Localizado na região central do Rio Grande do Sul, o Geoparque Quarta Colônia é formado por nove municípios: Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Restinga Seca, São João do Polêsine e Silveira Martins.
O objetivo é proporcionar novas alternativas para a economia regional, de maneira sustentável, por meio da conservação do patrimônio natural e cultural, da educação ambiental, do turismo local e do incentivo à geração de renda.
As características destes municípios que compõem a Quarta Colônia, como a beleza natural das suas paisagens, da abundância de água de seus rios e de suas cascatas.
Além da raridade dos fósseis ali encontrados que testemunham as mudanças ambientais do planeta nos últimos 250 milhões de anos e a cultura preservada dos seus imigrantes,
Uma iniciativa conjunta entre a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus Quarta Colônia) buscou a homologação junto à Unesco.
Avaliam que podem ser aplicadas na região ações que promovam turismo sustentável e proporcionem novas alternativas para a economia regional.
Isso acontece por meio da conservação do patrimônio natural e cultural, da educação ambiental, do turismo local e do incentivo à geração de renda através de iniciativas privadas.
O geoparque Seridó abrange uma área de 2,8 mil quilômetros quadrados em seis municípios do Seridó potiguar, foi reconhecido, em 2022, como um território de relevância mundial pela Unesco.
A unidade entrou para a lista de 177 Geoparques Mundiais da organização. No local, as ações envolvem, por exemplo, o treinamento de guias de turismo que atualmente recebem pessoas de todos os lugares para visitar os geossítios.
Segundo o site do geoparque, os interessados podem ter acesso aos contatos de guias em cada um dos seis municípios. Eles, por sua vez, também possuem parcerias com pousadas da região, mantendo um ciclo de geração de emprego e renda.
O geoparque conta com 21 geossítios de importância geológica e social no Seridó potiguar.. Ele é gerido por um consórcio intermunicipal envolvendo as seis prefeituras das cidades abrangidas e fica distante cerca de 180 quilômetros de Natal.
A população estimada para os seis municípios em 2020 era de 112.740 habitantes. Na região, a economia foi estruturada inicialmente sobre a pecuária extensiva, a agricultura e a mineração de scheelita, columbita-tantalita e berilo.
Para ter acesso, os visitantes podem seguir pela BR-104 e BR-226 até a cidade de Currais Novos. Do município, é possível usar várias outras rodovias, como a BR-427, RN-041, RN-042, RN-086, RN-087, RN-203 e RN-288, para ter acessos aos demais municípios.
O Geoparque Mundial da UNESCO Caminhos dos Cânions do Sul busca impulsionar o desenvolvimento econômico da região e gerar oportunidades de um futuro melhor para seus habitantes.
A Educação para a sustentabilidade é um dos principais pilares do Geoparque Mundial da UNESCO Caminhos dos Cânions do Sul, que estimula a conscientização sobre a importância de preservar o patrimônio natural e cultural do território.
O Geoparque faz parte das práticas pedagógicas da rede de ensino dos sete municípios que integram o território, com diversas atividades executadas em sala de aula sobre o tema.
A história geológica da região remonta ao Paleozoico e inclui os estágios finais de deposição da Bacia do Paraná, seguidos pela fragmentação do Supercontinente Gondwana.
O território apresenta um grande escarpamento sinuoso com extensão superior a 200 km e desnivelamentos que variam de 900 a 1.300 m, considerada a maior cadeia de cânions da América Latina.
Ele abrange planícies compostas por praias e lagoas. Também faz parte do patrimônio geológico da região uma grande quantidade de paleotocas, abrigos subterrâneos escavados em arenitos por animais extintos há mais de 10 mil anos.
A natureza é caracterizada pelo Bioma Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo.
O território abriga rico patrimônio cultural, com destaque para a influência das culturas indígenas, dos imigrantes (luso-brasileiros, vicentistas, açorianos, imigrantes italianos e alemães) e dos quilombolas.