O Conselho Consultivo do Iphan considerou o forró um supergênero por englobar diferentes ritmos: baião, xote, xaxado, quadrilha, arrasta-pé, miudinho e chamego.
A ideia de transformar o forró em patrimônio tinha surgido em 2011. Em 2019, o Iphan iniciou uma pesquisa sobre o gênero musical, percorrendo os nove estados do Nordeste, além do Distrito Federal, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
A relatora do processo no Iphan, Maria Cecília Londres Fonseca, disse que a primeira menção à palavra forró foi encontrada em um jornal amazonense de 1914, referindo-se a seringueiros cearenses em atividades festivas.
A primeira gravação com o termo 'forró' foi feita em 1937 pelos músicos Xerém e Manoel Queiroz, intitulada 'Forró na roça'. Mas foi Luiz Gonzaga o principal nome do forró no Brasil.
A confirmação do título foi feita quatro dias antes do Dia do Forró, que é festejado justamente no dia de nascimento de Luiz Gonzaga: 13 de dezembro.
Nascido em 1912 no povoado de Araripe, no interior pernambucano, Luiz aprendeu cedo a tocar acordeão com o pai, que se distraía com o instrumento nas horas de folga do trabalho na roça. Ainda jovem, Luiz já se apresentava em bailes e feiras.
Com o destino traçado, Luiz Gonzaga firmou-se como um dos artistas mais criativos e talentosos do país. Além do acordeão, também tocava zabumba e triângulo.
No começo, o forró se restringia justamente a esses três instrumentos. Depois, absorveu o pandeiro, a guitarra e a bateria.
Luiz Gonzaga tornou-se o Rei do Baião e, em 1947, compôs um hino do gênero: 'Asa Branca' (em parceria com Humberto Teixeira). Dessa geração pioneira, surgida nos anos 40, também se destacam Dominguinhos, Marinês, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro e Pedro Sertanejo.
A segunda geração do gênero - o Forró Universitário - reflete o início da urbanização e modernização do gênero. O nome se refere ao foco nos estudantes, com uma junção com rock e pop. A sanfona se une à guitarra, sax , percussão e órgão eletrônico.
Esta etapa tem duas fases. Na primeira, é representada por artistas que ganham destaque a partir dos anos 70: Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Gilberto Gil, Zé Ramalho e Nando Cordel, entre outros.
A segunda fase reúne artistas que ganhou projeção nos anos 90: Falamansa, Trio Rastapé e Forroçacana, entre outros.
Nos anos 80, um grupo de artistas regionais se destacou por manter o forró em estilo mais tradicional: Alcimar Monteiro, Jorge de Altinho e Petrúcio Amorim, entre outros.
A partir dos anos 90 também surge uma geração que produz o chamado Forró Estilizado ou Oxente Music. Cantores com linguagem moderna, visual que emprega luzes e tecnologias avançadas.
São bandas que valorizam o órgão eletrônico, apostando numa mistura de romantismo brega com sertanejo e axé music: Mastruz com Leite, Magníficos, Caviar com Rapadura, Calcinha Preta e Aviões do Forró, entre outros.
O forró moderno faz muito sucesso no YouTube. 'Se Joga no Passinho', de Brisa Star, com participação de Thiago Jhonathan, é um exemplo de clipe que bombou.
'Volta Comigo BB', forró do pernambucano Zé Vaqueiro, é outro com centenas de milhões de visualizações.
'Tapão na Raba', de Raí Soares, o Raí Saia Rodada, tem estilo estilo Velho Oeste, que atraiu os fãs do gênero com criatividade.
'Baby me atende', de Matheus Fernandes e Dilsinho, mistura pagode e forró. Deu certo, pois caiu no gosto da turma.
'Esquema Preferido', dos Barões da Pisadinha, dupla baiana de forró e tecnobrega, passou dos 300 milhões de visualizações sem dificuldade. Assim como o sertanejo 'Batom com Cereja'.
O Brasil realiza festivais de forró. Um dos mais famosos é a Festa de Caruaru, em Pernambuco.