O Dia Mundial do Refugiado foi instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em 2000.
De acordo com a definição do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), essas pessoas “estão fora de seus países de origem devido a fundados temores de perseguição relacionados a questões de raça, religião, nacionalidade, pertencimento a um determinado grupo social ou opinião política”.
Ainda compõem os grupos de refugiados pessoas que deixam seus países “devido à grave e generalizada violação de direitos humanos e conflitos armados”.
Segundo o Acnur, mais de 120 milhões ao redor do planeta estão distantes de suas moradias em virtude de conflitos, perseguição e violação de direitos.
Se fosse um país, essa população formaria a 12ª maior do planeta, à frente de nações como Itália, Alemanha, África do Sul e Argentina.
Esse número significa um aumento de 8% em relação aos dados de refugiados de 2023, o que demonstra agravamento da situação.
Mais de 43 milhões desses refugiados são pessoas que precisam de proteção internacional.
Em dez anos, a quantidade de refugiados no mundo mais que dobrou - em 2014, eram 59 milhões de pessoas passando por esse drama.
“Se a cada dez anos a gente dobrar o total de pessoas forçadas a se deslocarem, inevitavelmente os recursos já escassos não darão conta de responder a esse deslocamento”, alertou à Agência Brasil Miguel Pachioni, oficial de comunicação do Acnur.
O aumento de conflitos pelo mundo faz com o que o número de refugiados tenha crescido por 12 anos consecutivos.
Segundo o Acnur, os conflitos têm durado mais tempo, o que aponta para um fracasso das instâncias políticas em encontrar soluções pacificadoras. Ucrânia, Iraque, Sudão e Afeganistão são citados como exemplos desse panorama crônico.
O conflito no Sudão, na África, tem expressiva responsabilidade pelo crescimento recente no número de refugiados. No fim de 2023, 10,8 milhões sudaneses fugiram do território em guerra, uma catástrofe humanitária.
Outras 1,7 milhões de pessoas se deslocaram da Faixa de Gaza desde que eclodiu a guerra entre o grupo extremista Hamas e Israel.
A liderança no número de refugiados é da Síria, país do Oriente Médio com 13,8 milhões de pessoas deslocadas à força dentro e fora de seu território.
Cinco países respondem por 73% dos refugiados: Síria, Afeganistão, Venezuela, Ucrânia e Sudão.
Em 2023, o governo do Brasil reconheceu 77.193 pessoas, originárias de 150 nacionalidades diferentes como refugiadas - 8 em cada dez são venezuelanas, segundo dados oficiais.
A Lei de Refúgio brasileira diz que pessoas com status de refugiadas atestado pelo governo não podem ser expulsas e nem extraditadas para o país onde são perseguidas.
No Carnaval de 2022, o Salgueiro desfilou na Marquês de Sapucaí com o enredo 'Resistência', levando à avenida 20 refugiados de nacionalidades diferentes que vivem no Brasil.
A ocorrência de eventos climáticos extremos, como consequência do aquecimento global, também tem colaborado para tornar a crise dos refugiados ainda mais aguda.
O relatório do Acnur registra que, ao final de 2023, um em cada dez refugiados e solicitantes de asilo “viviam em áreas expostas a riscos climáticos extremos”.