No período, o número de motos, que representava 16% da frota nacional, aumentou mais de cinco vezes e passou a ser 27% dos veículos registrados.
Em 2003, o número de motos registradas era de 5,7 milhões. A quantidade saltou para 32,3 milhões em setembro de 2023.
Uma em cada três cidades brasileiras têm mais motos que carros em circulação. São 1.093 municípios com essa predominância dos veículos motorizados de duas rodas.
Nessas duas décadas, a quantidade de carros aumentou, porém em escala menor (quase triplicando), e chegou a 76,3 milhões.
Curiosamente, uma cidade brasileira foge dessa “polarização” com uma singularidade: tem no topo da lista de registros de veículos o ônibus. Trata-se de Carmésia, em Minas Gerais.
Dados de 2021 da Abraciclo, associação das fabricantes brasileiras, a proporção de motos por habitantes no Brasil é de uma para cada sete pessoas.
Dez anos antes, em 2011, essa relação era de uma moto para cada dez habitantes do Brasil.
Em alguns estados, o salto no uso de motocicleta foi enorme no espaço de apenas uma década. É o caso de Alagoas, que registrou aumento de 113% no número de pessoas que tiraram habilitação para moto: de 154.713 para 329.472 alagoanos.
Amazonas, com crescimento de 90,6%, e Bahia, com 85,%, aparecem na sequência.
Norte e Nordeste são as regiões com mais cidades em que o registro de motos é superior ao de carros.
No Nordeste o fenômeno acontece em sete de cada dez cidades. No Norte, a proporção é ainda maior: oito em cada dez.
Não à toa, as dez cidades brasileiras com maior proporção de motos estão no Norte. Oito delas ficam no estado do Amazonas e duas outras no vizinho Pará.
A cidade de Anajás, no Pará, é a líder no ranking. Localizada na Ilha do Marajó, tem as motos representando 94,88% da frota total.
As cidades amazonenses Nhamunda (94,70%), São Paulo de Olivença (94,7%), Tocantins (94,03%) e Maraa (93,97%) vêm a seguir.
Completam o top 10 os seguintes municípios: Fonte Boa-AM (93,78%), Barreirinha-AM (93,28%), Uarini-AM (93,05%), São Sebastião da Boa Vista-PA (93,03%) e Jutai-AM (92,63%).
De acordo com especialistas ouvidos pelo portal G1, três aspectos explicam essa explosão de motos na frota de veículos no Brasil.
São eles: preços mais acessíveis, queda no mercado de carros populares e o crescimento dos aplicativos de entrega.