O Brasil tem tamanha força em certos segmentos importantes da economia que um relatório recente, distribuído a clientes da BTG Pactual, chama o país de “celeiro do planeta”.
Além de algodão, o Brasil é hoje o maior exportador mundial de oito alimentos (soja, milho, café, açúcar, suco de laranja, carne bovina, carne de frango) e também de celulose.
Com pouco mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil, atualmente, produz alimentos suficientes para as necessidades calóricas de 900 milhões de pessoas. Isso equivale a 11% da população global.
O relatório do BTG Pactual também cita números para mostrar o “milagre da agricultura tropical” brasileira.
A produção de grãos subiu de 47 milhões de toneladas em 1977 para as 312 milhões de toneladas atuais.
A produtividade agrícola aumentou 58% desde o ano 2000 — no período o crescimento foi de 37% nos países emergentes e de 32% nas economias avançadas.
Para a safra 2023/24, 67% dos recursos para financiamento em agronegócio são privados e apenas 33% têm origem no governo.
Segundo o banco, apenas 8% do território brasileiro tem cultivos – a proporção é de 14% na Argentina, 18% nos EUA e China, 58% na França, 61% na Índia.
“As pastagens brasileiras ainda são pobres em termos de qualidade e produtividade”, afirma o relatório.
O documento estima que 40% dos 73 milhões de hectares usados para a criação de gado estão degradados. Por isso, há potencial para ampliação do setor.
Segundo o departamento de agricultura estadunidense, o USDA, com a produção beirando a 156 milhões de toneladas de soja, o Brasil lidera as exportações desse tipo de grão. Cerca de 42% de toda soja produzida no mundo é brasileira.
O Brasil criou uma cultura muito forte de produção e exportação agropecuária, o que não surpreende a sua posição no ranking. Os últimos anos foram marcados por muito investimento e tecnologia no setor, deixando o sistema muito mais produtivo e rentável.
Além da produção, cerca de 7,8% de toda a exportação de grãos mundialmente é feita pelo Brasil, o que lhe dá o título de exportador de soja do mundo.
O Brasil se tornou em 2023 o maior exportador mundial de milho, ultrapassando os Estado Unidos. Responsável por 27% de todo milho comercializado internacionalmente, o paÃs também desempenha um papel crucial no mercado global de grãos.
O Brasil lidera o ranking de maior produtor de café do mundo: 36,8% do café mundial é produzido aqui no nosso país. Com uma longa tradição e uma indústria cafeeira robusta, o país exerce um papel fundamental no mercado global do produto.
O maior estado produtor de café do Brasil é Minas Gerais, que é responsável por mais de 50% da produção nacional: foram 27,8 milhões de sacas na safra 2023. O país é uma verdadeira potência da produção do produto, com pouco mais de 62 milhões de sacos de 60 quilos produzidos na safra 2022/2023.
O Brasil exporta de 35 a 38% do comércio global de açúcar, um volume bem acima do consumo doméstico. O açúcar é um produto essencial, cujo alcance se estende muito além dos limites dos armários de nossas cozinhas.
O açúcar desempenha um papel crucial na indústria alimentar, presente em aproximadamente 80% dos alimentos processados e numa impressionante variedade de mais de 100 mil diferentes produtos.
A fabricação de açúcar do maior produtor e exportador global em 2023/24 foi estimada em recorde de 42,7 milhões de toneladas, ante 40,4 milhões na previsão inicial e 37 milhões no ciclo anterior, segundo a consultoria JOB economia.
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os dois principais exportadores mundiais são o Brasil e a Austrália. Em 2024, a projeção é que as exportações globais de carne bovina cheguem a 11,9 milhões de toneladas, com crescimento de 1%.
O Brasil manterá a liderança global das exportações de carne bovina em 2024. Os frigoríficos brasileiros devem embarcar 2,85 milhões de toneladas da proteína bovina, 100 mil toneladas a mais que o exportado no ano passado.
As exportações de carne de frango do Brasil, maior exportador mundial, encerraram 2023 com recordes de 5,138 milhões de toneladas, alta de 6,6% em relação a 2022. Isso sinaliza tendência positiva para 2024, afirmou a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).
Em receita, o crescimento dos embarques em 2023 foi menor em meio a preços mais baixos, de apenas 0,4% na comparação com 2022, No entanto, algo suficiente para um novo recorde de 9,796 bilhões de dólares em 12 meses.
O Brasil lidera o mercado sendo o maior produtor também de laranja e maior exportador do suco da fruta, que é uma commodity, representando 75% do mercado global do produto.
O país possui 56 mil propriedades rurais que cultivam em uma área de 568 mil hectares com 166 milhões de pés produtivos, sendo São Paulo e o Triângulo Mineiro, maiores produtores dessa fatia com 387 mil hectares, segundo o IBGE