Suassuna morreu em 2014, aos 87 anos, vítima de uma parada cardíaca. Relembre a vida e a obra do artista paraibano!
Ariano Vilar Suassuna nasceu em João Pessoa, em 16 de junho de 1927. Ele foi um intelectual completo: escritor, dramaturgo, poeta, ensaísta, advogado e professor.
Suassuna teve uma infância marcada pela imersão na cultura do sertão paraibano, mas também por uma tragédia.
Durante a Revolução de 1930, seu pai, João Suassuna, foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro, enquanto ele era governador da Paraíba.
A família Suassuna então resolveu se mudar para o sertão pernambucano, onde Ariano cresceu e desenvolveu um amor profundo pela cultura popular nordestina.
Ariano Suassuna se formou em Ciências Jurídicas e Sociais em 1950, pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mas nunca exerceu a profissão, pois ele se dedicou integralmente à literatura e ao teatro.
Em 1955, ele escreveu sua obra-prima, o Auto da Compadecida, peça teatral que reinterpreta a história de Jesus Cristo em um cenário sertanejo, utilizando personagens populares como João Grilo, Chicó Chicó e Catirina.
A peça foi um sucesso estrondoso, se tornou um marco na dramaturgia brasileira e deu origem a um dos filmes brasileiros mais admirados de todos os tempos, 'Auto da Compadecida', lançado em 2000.
Em 1970, Ariano Suassuna foi um dos fundadores do Movimento Armorial, que buscava a valorização da cultura nordestina e a criação de uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular.
Suassuna ficou mais conhecido por suas peças teatrais, que misturam elementos da comédia, tragédia e do folclore nordestino.
Além de o 'Auto da Compadecida', algumas de suas obras mais importantes são 'O Santo e a Porca' (1957) e 'A Pena e a Lei' (1959).
Além do teatro, Suassuna também escreveu romances e ensaios. 'Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta' (1971) mistura realidade e fantasia, narrado por um personagem que vive entre o sonho e a realidade do sertão nordestino.
Já 'História d'O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão/Ao Sol da Onça Caetana' (1976) é a continuação do 'Romance d'A Pedra do Reino', explorando ainda mais a mitologia e o folclore nordestino.
Suassuna também atuou como professor e palestrante na Universidade Federal de Pernambuco de 1957 a 1994, onde influenciou e inspirou diversas gerações de escritores e artistas.
Além disso, o artista recebeu inúmeros prêmios ao longo de sua carreira, incluindo a Medalha de Ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais (1957) e o Prêmio Nacional de Ficção (1973).
Mesmo 10 anos após sua morte, Ariano Suassuna permanece vivo como um dos maiores representantes da cultura brasileira, um autor que fez questão de defender a importância da cultura popular para a identidade nacional.
Até hoje, a obra de Ariano Suassuna continua viva e atual, sendo estudada e apreciada por leitores e estudiosos de todo o país.
Em sua vida pessoal, Ariano Suassuna foi casado com Zélia de Andrade Lima, com quem teve seis filhos.