O mistério envolvendo seu sumiço, que permanece sem solução há quase 90 anos, ganhou novos desdobramentos nos últimos meses e pode estar perto de ter um ponto final. Relembre!
Em 1935, Amelia foi a primeira mulher a voar sozinha do Havaí para a Califórnia, nos EUA e a primeira pessoa a voar sozinha entre Los Angeles e a Cidade do México.
Ela também quebrou vários recordes de altitude e distância durante sua carreira e foi uma das primeiras mulheres a receber uma licença de piloto da Fédération Aéronautique Internationale (FAI).
Ao longo de quase um século, várias investigações e expedições têm sido feitas em busca de respostas sobre o que ocorreu com a exploradora, que desapareceu enquanto sobrevoava o Oceano Pacífico, em 1937.
Em setembro de 2023, uma equipe da empresa de exploração oceânica Deep Sea Vision, composta por arqueólogos subaquáticos e especialistas em robótica marinha, partiu em uma busca pelo avião de Amelia.
Com uma tecnologia que mapeia o fundo do oceano por meio de ondas sonoras para medir a distância até a superfície, eles afirmaram ter descoberto uma pista que pode resolver o mistério de Earhart.
A equipe identificou uma anomalia no Oceano Pacífico, a mais de 4.800 metros de profundidade, que se parece com uma pequena aeronave.
Amelia Earhart pilotava um avião modelo Lockheed 10-E Electra, com capacidade para 10 passageiros, quando desapareceu enquanto tentava dar a volta ao mundo.
“Algumas pessoas consideram um dos maiores mistérios de todos os tempos. Penso que, na verdade, é o maior mistério de todos os tempos”, disse o CEO da Deep Sea Vision Tony Romeo, no Instagram.
A expedição procurou os destroços da aviadora a aproximadamente 160 km da Ilha Howland, um atol sem habitantes que fica logo a norte do equador no Oceano Pacífico.
O lugar era o destino seguinte planejado por Amelia Earhart e o navegador Fred Noonan, depois de decolarem de Lae, na Papua Nova Guiné.
Na época do sumiço de Amelia, o governo dos EUA chegou a conduzir uma busca intensa por 16 dias seguidos, mas a dupla foi oficialmente considerada perdida no mar.
A Deep Sea Vision examinou uma área de mais de 13.468 km quadrados nas profundezas do oceano com a ajuda de um veículo subaquático autônomo avançado chamado Hugin 6000. A busca foi concluída em dezembro de 2023.
Segundo Romeo, a equipe planeja voltar ao local até o fim de 2024 para confirmar se a anomalia é realmente um avião.
É provável que as próximas buscas envolvam o uso de um ROV (veículo operado remotamente) com uma câmera para uma investigação mais detalhada do objeto.
“[...] É muito prematuro dizer isso de forma definitiva [que é o avião de Amelia]. Também pode ser ruído nos dados do sonar, algo geológico ou algum outro plano”, disse um arqueólogo subaquático da Universidade da Califórnia.
David Jourdan, cofundador e presidente da Nauticos, afirmou que seria crucial localizar a certificação 'NR16020', que estava impressa na parte inferior da asa do Lockheed.
Caso o avião seja encontrado em profundidades oceânicas extremas, onde as temperaturas são muito baixas e há baixo teor de oxigênio, há a possibilidade de que o avião esteja bem preservado.
Em 2017, um documentário do History Channel sugeriu a ideia de que Amelia Earhart e Fred Noonan não teriam caído no Oceano Pacífico, mas sim nas Ilhas Marshall, localizadas a cerca de 1.609 km da Ilha Howland.
Segundo a teoria, eles teriam sido sequestrados e levados para a Ilha Saipan, onde foram mantidos como reféns até morrerem.
Os investigadores da teoria se basearam numa foto do Arquivo Nacional dos EUA que mostrava algumas figuras embaçadas que seriam a aviadora e seu avião.
Outra teoria, elaborada em 2016 pelo Grupo Internacional para Recuperação de Aeronaves Históricas, diz que Amelia e Fred conseguiram sobreviver a um pouso difícil em um recife no Oceano Pacífico, mas acabaram morrendo como náufragos.
No entanto, a teoria mais aceita, apoiada pelo governo dos Estados Unidos e pelo Instituto Smithsonian, é a de que Earhart e Noonan teriam caído no Oceano Pacífico, próximo à Ilha Howland, quando o combustível do avião acabou.
Segundo Dorothy Cochrane, que trabalha no Museu Nacional do Ar e do Espaço Smithsonian, o sinal de rádio da aviadora ficou cada vez mais forte à medida que ela se aproximava da Ilha Howland, indicando que ela estava se aproximando do local.